Tertúlia Liberal

Pretende-se REFLECTIR o mundo e a sociedade, com uma nota crítica mas sem pessimismos.

sexta-feira, outubro 07, 2005

Portugal e a cultura de (ir)responsabilidade

O orgulho em ser português, que não se confunde com regimes históricos ou bandeirinhas nas varandas ou no centro da capital, não nos tolda a responsabilidade de ver as coisas como elas são.

A instituição de uma cultura de responsabilidade não é de direita ou de esquerda.

Aliás, em Portugal, a irresponsabilidade traduz uma reiterada atitude de esquerda.

Foi a esquerda que apagou da nossa memória colectiva os exageros do PREC, a aleatoriedade e falta de decoro aquando das nacionalizações, as ocupações, etc.
Foi a esquerda que amnistiou os crimes cometidos pela FP 25, endeusou Otelo Saraiva de Carvalho, e promove, continuamente, o uso da palavra direita como anticristo dos agnósticos.

No meio de tudo isto, e não sei se pelas origens políticas dos actuais corpos sociais do Sporting, certo é que a cultura de irresponsabilidade alastrou da política para o futebol.

Temos agora um presidente que, acima do bem e do mal, vai chamando e dispensando colaboradores ao sabor das conveniências.
Temos um Administrador da SAD que se retira para longe da equipa que é pago para proteger, a fim de se poupar ao tremendo inconveniente de ouvir as turbas.
Temos um treinador que compactua com a indisciplina e irresponsabilidade dos seus jogadores e que, também por isso, nada ganhou ainda.

Será a responsabilidade um bem político de direita?

3 Comments:

  • At 3:01 da tarde, Blogger Paulo Martins said…

    Eu fazia distinções na "esquerda". Há, ainda hoje em dia, um tipo de esquerda que é muito responsável pelo atraso económico de Portugal - estou a falar em primeira linha da "Sindicatos". É de uma irresponsabilidade a linha ideológica que teimam em manter com grave prejuízo para todos os portugueses e num primeiro plano para os próprios trabalhadores que "supostamente" representam.

     
  • At 4:15 da tarde, Blogger Nuno Moraes Bastos said…

    O fundamental é que, ainda que com grau diverso, todos sustentam um papel fortemente interventivo para o Estado na economia.

    Atrás disso vem a ineficiência, lentidão dos processos de decisão, sujeição a clientelismos e favorecimentos impróprios, enfim, vem a Europa dos anos 70.

    Para os que ainda não o perceberam, os anos 70 já lá vão!

     
  • At 5:57 da tarde, Blogger Paulo Martins said…

    Numa perspectiva social, ainda não se percebeu que o Estado Previdência acabou. É impossível continuar a dar tudo a todos.
    Quando há pouco não se consegue distribuir muito. O Estado tem que emagrecer a sua vertente social para se tornar eficiente. Caso contrário, quem realmente precisa, e quem realmente deve ser ajudado socialmente, fica prejudicado.

     

Enviar um comentário

<< Home