Tertúlia Liberal

Pretende-se REFLECTIR o mundo e a sociedade, com uma nota crítica mas sem pessimismos.

segunda-feira, novembro 07, 2005

As vítimas de uma certa esquerda...

Regularmente e de há uns anos para cá vimos assistindo a manifestações das comunidades emigrantes (ou imigrantes, se preferirem – sempre é mais fino), sempre apoiadas pela consabidamente sócio-caritativa esquerda (sobretudo, a “esquerda caviar”, que preocupadamente discute a situação dos desfavorecidos em festas em que nada falta, sobretudo fatos de marcas prestigiadas comprados ao solidário preço de €500), e usualmente reclamando direitos de que nem todos beneficiam.

Clarificando: Portugal precisa de manter comunidades emigrantes já que a sua mão-de-obra não chega para as encomendas, tendo sempre por pressuposto o desejável crescimento económico.

Clarificando mais ainda: Portugal precisa de manter comunidades emigrantes já que à respectiva população activa foram vendidos canudos e promessas de uma vida de “white collar” bem pago.

Clarificando (ainda) mais: Portugal beneficiou e beneficia e muito das primeiras gerações de emigrantes.

Todavia, quem tenha vivido em zonas onde as comunidades emigrantes sejam numerosas sabe que a sua integração não foi bem feita.

A desinspiração nacional no que se reporta à sua integração tem raízes profundas e atingiu unicamente as segundas gerações.

Mas será que ninguém pensou que os emigrantes têm – também eles – direito a constituir família?
Mas será que ninguém pensou que a segregação por zona geográfica, como sucede no “case study” Chelas só pode potenciar violência, dentro da inabalável lógica do “nós contra eles”?
Mas será que ninguém pensou que permitir a instalação de lógicas de “gheto” só tende a fomentar o problema?
Mas será que ninguém pensou em introduzir uma qualquer lógica à política de concessão de vistos de trabalho / autorizações de residência?
Mas será que a ninguém ocorreu que não se pode prometer o mundo, a titulo da sempre politicamente correcta fraternidade, para assim criar hordas de ociosos (nem sempre por culpa própria).

Quem ande pelos tribunais tem uma ideia mais rigorosa do que por aí anda. Por mim, espero estar fora, de férias, quando e se este tipo de “malvadezas” suceder por cá…