
Santana Lopes deve ser um exemplo (mau) para quem tem sede de poder. Tudo fez para ser primeiro-ministro, porventura até seria um mediano primeiro-ministro (não mais do que isso) noutras condições, e quando lá esteve foi um desastre.
Mas foi Santana Lopes o único a pagar pelo mal que fez ? Não. Temo mesmo que a direita em Portugal vá pagar por tudo o que esse fez por muitos e bons anos. Até lá, que Sócrates continue a governar como tem feito que a direita agradece (lembram-se das medidas da Manuela Ferreira Leite no governo de Barroso e a contestação que teve da bancada socialista ?).
Quanto ao livro não tenho vontade nenhuma de o ler, essa coisa de curar os traumas revivendo-os não é para mim.
9 Comments:
At 9:54 da tarde,
Anónimo said…
Concordo com o teor do post.
Acrescento, ainda, que para além dos efeitos na direita em Portugal, há que analisar a questão "Durão Barroso".
Na verdade, a sua actual posição internacional teria tido muito maior reconhecimento a nível nacional se Santana Lopes tivesse sido um bom (ou mediano) primeiro-ministro.
"Pinguim dos Trópicos"
At 11:35 da tarde,
Anónimo said…
Concordo, em parte, com o post.
É verdade que houve erros, nomeadamente na constituição do Governo por parte do Santana Lopes, que originou uma grande instabilidade, com declarações polémicas na praça pública e demissões quase todas as semanas.
No entanto, penso que há algumas afirmações dele (na entrevista à RTP) que têm uma certa lógica e verdade, nomeadamente algumas atitudes do Sampaio, o pouco tempo de Governo e algumas decisões que ele falou na altura e que o Sócrates agora quer implementar (ex.: fim das SCUT's e taxas moderadoras). Também concordo com ele sobre a "não-inocência" do Cavaco ao escrever o tal artigo no "Expresso".
Só não concordo quando dizes que ele tudo fez para ser primeiro-ministro, quando sabemos as circustâncias em que o foi (pela saída do Durão Barroso). Ele que "tinha conquistado" a Câmara de Lisboa, achou que podia assumir o Governo. Ironia das ironias, a decisão de Sampaio ao dar-lhe a possibilidade de formar Governo, Ferro Rodrigues se demitisse de Secretário Geral do PS, entrando José Socrates...
At 9:28 da manhã,
Nuno Moraes Bastos said…
Também nesta história as virgens (sobretudo as púdicas) já escasseiam.
As motivações de Sampaio parecem-me claras. As motivações de Santana também.
Não preciso de me fustigar com (mais) um livro em que, aparentemente, se perfilha a teoria da conspiração. Para isso, vou aos originais americanos, tendencialmente melhores.
At 11:36 da manhã,
Paulo Martins said…
Mas podia perfeitamente não ter aceite o cargo sem ter ido primeiro a um congresso extraordinário (para resolver as coisas dentro do PSD, onde outras figuras se destacavam no governo de Barroso) ou, ainda mais, só aceitaria o cargo se houvesse primeiro eleições (para que ficasse realmente legitimado) e aí muito provavelmente até ganhava ao Ferro e cumpria de forma mediana o seu mandato até ao fim.
Agora assim ...
At 11:49 da manhã,
Nuno Moraes Bastos said…
O problema era a pressa do Cherne em desovar em Bruxelas...
At 12:32 da tarde,
Anónimo said…
Não só a pressa do Cherne, mas também as pressões lá de fora (países membros que indicaram o nome do Durão Barroso), para que ele fosse para lá o mais depressa possível.
E o Santana teve também o tal período de 10 ou 12 dias para decidir... é um facto que podia ter renunciado (e estou de acordo, poderia ganhar ao Ferro), mas aí a vontade (e a confiança também) de que podia completar o mandato falou mais alto.
At 2:57 da tarde,
tiroliro007 said…
Paulo
Concordo com o que dizes do santana e penso que a sua ambição pessoal e vaidade sempre o há de trair nos momentos chave.
Ele coloca-se sempre acima dos cargos que ocupa.
Desde os tempos do sporting que não o considero como pessoa. É um fugitivo e um homem sem ideias.
No entanto, contrariamente a ti e aos restantes gostava de ler o livro porque as versões que o condenam e bem já as conheço. Gostava de saber quem devia estar com ele na fogueira. Daí a minha curiosidade.
At 6:18 da tarde,
Paulo Martins said…
A pressão do tempo? Se todos quisessem havia muito tempo. Tivemos 3 meses entre a decisão da demissão do (des)governo de Santana e a eleição do governo de Sócrates.
At 8:58 da tarde,
Anónimo said…
Concordo, é verdade que haveria tempo, então cá em Portugal tempo é coisa que não falta... estamos sempre a adiar e a atrasar tudo (ou, pelo menos, a maioria das vezes). A questão é que a Comissão Europeia não se compadecia com os nossos "timings".
Não quero com isto dizer que não fosse possível ele recusar, mas é verdade que o prazo entre Durão aceitar o convite, e a consequente proposta a Santana levou os tais 10/12 dias.
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