Tertúlia Liberal

Pretende-se REFLECTIR o mundo e a sociedade, com uma nota crítica mas sem pessimismos.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Erros de casting?

Sempre me perturbou a leviandade e/ou ineficácia com que se encara o casting do projecto que nos une, salvo "infiltrados", o Sporting Clube de Portugal.

Se, de facto, as escolhas da SAD para Administrador delegado não têm primado, pelo excessivo voluntarismo de uns e discrição de outros, se de facto se tem falhado nas contratações de jogadores, a ponto de a determinada altura da época o banco do Sporting só contar (e bem) com miúdos, a situação torna-se mais grave se tais erros se alargarem às figuras mais significativas da hierarquia.

É neste contexto que o anunciado regresso de Ribeiro Telles, que saúdo e apoio, ao futebol do Sporting não deveria revestir-se de qualquer messianismo.

É neste contexto que não compreendo porque é que, para primeira figura do clube - cargo em que se exige ponderação, discrição qb, conhecimento jurídico e experiência de vida - terá sido seleccionado por Soares Franco o Dr. Rogério Alves, que sucede ser igualmente bastonário.

Não lhe conheço os pergaminhos Sportinguistas, mas conheço-lhe a verve interventiva que, noutro papel, tem assumido. E receio-o bem que continue a assumir...

13 Comments:

  • At 6:53 da tarde, Blogger Paulo Martins said…

    Hoje vem anunciado na imprensa desportiva o apoio de Bettencourt e de Ribeiro Telles a Filipe Soares Franco.
    Que alguém consiga guiar aquele senhor pelos caminhos da competência e saber no futebol.

    Quanto ao nosso bastonário, é-me um bocado indiferente ...

     
  • At 12:10 da tarde, Blogger Nuno Moraes Bastos said…

    Vem também na imprensa que a alienação de património visa fazer face a um problema de tesouraria...

    É um bocado como hipotecares a casa para poderes pagar o leasing de um bentley...

    Sobretudo, quando tens gestores profissionais que não conseguem manter um orçamento equilibrado, inclusivamente ao nível das modalidades.

    Se quiseres, também quando tens gestores profissionais que contam com receitas eventuais para despesas correntes... Acho que não calculas as tuas despesas mensais com base num eventual Euromilhões, pois não?

    Acho isto tudo kafkiano.

     
  • At 11:10 da manhã, Blogger Paulo Martins said…

    Confesso que não me faz confusão nenhuma a alienação de património parado, que não gera receitas e que tem custos de manutenção. Um princípio básico da gestão é a rentabilidade.

    Até estou à vontade para ter esta opinião, pois, como sabes, não sou um apoiante de Filipe Soares Franco.

    Quanto à gestão das minhas despesas mensais, posso dizer-te que não jogo no Euromilhões e que aposto tudo no trabalho para a angariação das minhas receitas. E até agora não tem corrido mal.

     
  • At 12:35 da tarde, Blogger Nuno Moraes Bastos said…

    Então estamos de acordo:

    1. O património parado não gera receitas, pelo que deveria ser rentabilizado para as diverrsificar (rendas a acrescer às receitas correntes).

    2. Calcular orçamentos com base em despesas eventuais é errado, como é errado recorrer a receitas extraordinárias para fazer face a problemas de tesouraria.

    Parece-me que há gestores profissionais e bem pagos a gerir pior o Sporting do que tu a vida profissional.

    Sem desprimor para as tuas capacidades, é mau sinal para os gestores.

    Talvez a razão esteja na tua conclusão. Ao contrário do que sucede comigo e contigo, há muita gente que não teve de fazer pela vida... E o Sporting, nossa paixão comum, não é uma meritocracia.

     
  • At 1:05 da tarde, Blogger Paulo Martins said…

    Só estamos em desacordo quanto ao seguinte: quando tens um património parado tens 2 alternativas possíveis, a venda ou a tentativa de rentabilização.

    Caso concluas pela inviabilidade da 2ª alternativa, que é possível que suceda face à forte descida do mercado de arrendamento devido, fundamentalmente, à redução das taxas de juro, então a alienação deve ser alternativa e pode ser igualmente um bom acto de gestão.

     
  • At 2:20 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Deixo aqui também a minha opinião, visto a minha área ser Contabilidade/Economia.
    Penso que o último comentário do Paulo espelha, de facto, a realidade. Por vezes, por mais que queiramos rentabilizar património, isso pode não ser possível, em face do contexto económico que vivemos. As receitas em muitos casos não conseguem cobrir as despesas, pelo que a decisão pode ter que passar pela anulação desse custo mensal, através da venda de património. Por outras palavras, uma vez que não se consegue ganhar dinheiro, então pelo menos deixa-se de perder.

    Agora o caso muda de figura, se porventura houver alguém que avance com outras soluções para o rentabilizar. E, segundo o Dr. Dias da Cunha disse ontem na Sic Notícias, não havia razão para se vender património...

     
  • At 11:23 da manhã, Blogger Nuno Moraes Bastos said…

    Sou jurista, não gestor, mas trabalho diariamente com imobiliário.

    Se é verdade que alguns segmentos do mercado de arrendamento (sobretudo escritórios) estão em baixa, confimar-me-á ou não MIGA, a forma de rentabilização depende do momento e forma.

    Edifício por Edifício:

    1. Visconde de Alvalade; não sei se tem ou não PH, mas deve vender-se parte - com PH - conservando o Sporting a sede da SAD, ou todo, remetendo a SAD de volta para a nave de ALvalade.
    2. Holmes Place; óptimo investimento: não compreendo alienação.
    3. Alvaláxia; má definição de perfil de área comercial. Há
    a que repensar, atribuindo ao espaço cariz de zona de restauração e loja destino. Depois, sim, vender.

    Como em tudo na vida, aqui todas as opiniões são válidas.

    O que me parece errado, e muito errado, é votar uma alienação sem conhecer item a item os custos e a actual situação financeira do Clube.

    Sobretudo quando os dois responsáveis, Dias da Cunha e Soares Franco discordam.

    Sobretudo quando o administrador responsável pela área, mau grado os resultados, se mantem por lá.

     
  • At 2:40 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Essa é, de facto, a posição mais sensata e a única que, também eu penso, deve ser equacionada: saber-se ao pormenor, através de estudos bem feitos, se se deve ou não alienar determinado património. Completamente de acordo.

    O que espanta bastante é a posição de ruptura completa entre Filipe Soares Franco e Dias da Cunha sobre este tema, ainda por cima quando há poucos meses estavam no mesmo barco. Ao ponto do Dr. Dias da Cunha afirmar que: "se soubesse o que sabe hoje, não tinha saído do Sporting"...

    Quem fala a verdade afinal?

     
  • At 8:08 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Continuam a fazer escolhas pelo estatuto de posições sociais e profissionais, o que é errado.

    Paulo não percas esta NOTICIA DA BBC...

     
  • At 1:53 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    Caros amigos

    As questões em causa nesta saudável discussão são essencialmente 2 se me permitem a ousadia de as definir:

    1) A pessoa de Soares Franco
    Um tipo burro (coitado, não tem culpa), inconveniente (vide comentário na luz do ano passado), que está no c.ad de uma construtora (salvo erro a novopca) que contratou imagine-se quem o judas (opior presidente da câmara de cascais e dos piores do país). Quem contrata corruptos ... Avaliem. Será um lfv com tiques de copinho de leite???;
    2) Alienação do património:
    Não me considero bem informado sobre esta questão e não opino quando não conheço.
    Por principio concordo com o paulo, que a alienação por princípio não está errada. Não me choca.
    O que me choca é que quem queira vender diga que o património está mal rentabilizado ou está a ser mal gerido. De onde veio este sr? Não estava lá. O alvalaxia é uma porcaria, excluindo os cinemas. Mas quem definiu aquele modelo

    Lamento que o meu clube não tenha qualquer alternativa a este sr.
    Deus queira que não fale muito.
    Quanto ao rogério alves, é daqueles que fala fala fala e não diz nada. É inofensivo.
    Saudações leoninas

     
  • At 12:20 da tarde, Blogger Paulo Martins said…

    Nuno,

    Ninguém aqui defendeu, parece-me, que se deva "votar uma alienação sem conhecer item a item os custos e a actual situação financeira do Clube".

    Abraços.

     
  • At 10:27 da manhã, Blogger Nuno Moraes Bastos said…

    Certo, mas é isso que a direcção te pede...

     
  • At 11:11 da manhã, Blogger Paulo Martins said…

    Não é verdade.

    Acho que a diferença é que tu tendes a duvidar da competência e das qualidades morais dos protagnistas do projecto. E eu, como não tenho razões, nem motivações para tal, não o faço.

     

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