Tertúlia Liberal

Pretende-se REFLECTIR o mundo e a sociedade, com uma nota crítica mas sem pessimismos.

terça-feira, março 07, 2006

Finalmente!

1. Semanas após o início do processo, e depois de um mau ensaio geral, tivemos – finalmente – explicações públicas e promessas de sessões de esclarecimentos generalizadas promovidas pelo actual Conselho Directivo do Sporting.

2. Projectos e candidaturas à parte, há duas ideias que tenho por assentes:

2.1. Não vejo Dias Ferreira como presidente, sequer dirigente, do Sporting;

2.2. As demais candidaturas, que não as de Soares Franco não têm dinâmica, nem aparentam ter massa crítica suficiente para alcançarem bom porto;

3. Soares Franco assumiu uma posição de tudo ou nada, pouco apropriada para quem se sente líder. Tem o direito de apenas executar o projecto que pretende para o Sporting, mas (i) ninguém no seu perfeito juízo acredita que os Bancos deitassem tudo a perdera meio da época com meta à vista, e (ii) ninguem no seu perfeito juízo condiciona a sua candidatura a uma meia final, jogada por ineptidão a duas mãos, passando uma mensagem alarmista (os bancos não confiarão mais nesses termos) para condicionar as intenções de voto dos sócios, sem lhes dar publicamente a informação que é necessária para um voto consciente.

4. O Sporting provou não ter sido capaz de criar uma estrutura capaz para gerir outro negócio que não o futebol, e mesmo este com naturais flutuações.

5. Nestes últimos anos, o Sporting tem sido gerido pelos mesmos - sempre os mesmos - sem que nunca até à meses se tenha posto em causa o projecto ou a sua viabilidade.

5.1. Os números que têm sido apontados apontam para um défice a meio da época de cerca de 15 M€. Pessoalmente, não creio que a margem estimada de lucro fosse tão ténue no projecto inicial.

5.2. Ninguém se deu ao trabalho de tentar apurar responsabilidades individuais neste processo: ou porque todos nele participaram, ou porque as amizades se têm sobreposto à natural curiosidade dos sócios.

6. Posto isto, e sendo certo que não me liga aos prédios em apreço qualquer vínculo de afectividade, gostava de ouvir algumas explicações.

6.1. Faço-o, sob pena de votar porque me dizem (parcelarmente e sem entregar qualquer documento contabilístico de suporte) ser difícil a situação do Clube, e não por o saber.

6.2. A crença de que não podemos confiar os destinos do Clube a iletrados pode fazer algum sentido em abstracto, mas (i) não só os letrados são também privados de informação útil, (ii) como historicamente a solução diversa já foi afastada.

7. Em suma?

7.1. Com as reservas de quem não tem informação suficiente, creio que não me restará senão votar favoravelmente a alienação.

7.2. Espero pela formação das listas para as eleições, sendo certo que pouco me comovo com listas de notáveis. Recuso-me a ver o Sporting como uma coutada de meia dúzia de meninos bem nascidos.

7.3. Aguardo por competências... Sem messianismos.