Tertúlia Liberal

Pretende-se REFLECTIR o mundo e a sociedade, com uma nota crítica mas sem pessimismos.

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Eh, la France ...
Um professor passou uma noite na prisão (em prisão preventiva), depois de ter dado uma bofetada num seu aluno, na sequência de um insulto proferido por este em plena sala de aula.
A escola devia ser um local de ordem, ou não? Quais os limites na educação escolar?

10 Comments:

  • At 10:31 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    A escola deve ser um lugar de disciplina. Hoje em dia os pais não têm tempo para educar os filhos, pelo que o papel da escola fica mais valorizado.

    É ridículo pôr um professor em prisão preventiva por um simples tabefe (pelos vistos, bem dado) ...

     
  • At 6:19 da tarde, Blogger Miga said…

    Desconhecia tal notícia que considero, obviamente, patética. Se se prende por uma noite um professor por dar um tabefe ou bofetada a um aluno, algo de muito errado se passa com a justifça francesa.

    Atenção, no entanto, que não estou de acordo com a atitude do professor. Sendo a escola importantíssima na educação, e aí, quanto a mim, não há dúvidas, é bom reflectir de que forma essa educação deve ser exercida.

    Na minha opinião, perante o tal insulto o professor deve repreender o aluno, castigando-o com falta disciplinar e diante da turma repudiar esse tipo de conduta. Isto salvaguardava a posição do professor, pois como sabemos, hoje em dia, os direitos dos alunos, em particular, estão super-valorizados, nomeadamente na defesa contra quaisquer agressões físicas que possam sofrer.

     
  • At 6:57 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Meus caros,

    Também não vejo problema algum no tabefe dado pelo Professor.
    Este tema leva-nos para um dos cancros dos dias de hoje, que se prende com a constante desvalorização do papel dos professores e dos polícias.
    Qualquer aluno mal educado é protegido pelos pais, pelas associações disto e daquilo.
    Qualquer criminoso agredido também é desde logo defendido pelas amnistias, pelos blocos, etc
    A consequência é claramente uma sociedade de pessoas mal educadas e de criminosos cheios de direitos.
    A valorização da polícia e dos professores devia ser uma prioridade para os Governos actuais.
    tiroliro007

     
  • At 4:06 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    A disciplina não é uma prioridade nas escolas de hoje. Disciplina não é sinónimo de espancamento ou de maus tratos infantis/juvenis. Dar uma bofetada não é algo que deva ser a regra, mas também não deve excluir-se em toda e qualquer situação.

    Uma mera repreensão verbal do professor numa sala de aula perante um insulto que lhe é dirigido pode não ser a forma mais adequada de lidar com a situação (ou seja, a manutenção da autoridade do professor) perante o aluno mal criado e perante os demais alunos.

     
  • At 9:31 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Um professor não pode, em situação alguma, dar um tabefe a um aluno.
    Como disse o Miga, aquele tem ao seu dispor outros meios de sancionar o comportamento do aluno.
    Discordo da Mariana qd diz que os pais não têm tempo para educar os filhos. Infelizmente essa é a desculpa para muitos casos.
    E isto pq não nos podemos esquecer que os filhos estão sempre a educar-se, mesmo qd os pais julgam não ter tempo; acontece que educam-se em erro, claro.
    Por isso a responsabilidade é sempre dos pais.
    Quanto ao caso concreto, parece ridículo, mas como não sabemos a história toda...um tabefe pode ter algumas consequências indirectas graves, não é verdade?

     
  • At 5:07 da tarde, Blogger Nuno Moraes Bastos said…

    Caros,

    Por partes e de forma mais ou menos sincopada (voltarei depois à carga):

    1. Os Pais têm a responsabilidade (indelegável) de educar os seus filhos e têm o dever de arranjar tempo e paciência para o fazer convenientemente;

    2. Não comento decisões judiciais sem conhecer a matéria de facto, razão pela qual me abstenho de considerações sobre o motivo justificado ou não (e proporcionalidade) do dito tabefe;

    3. Os professores não devem exercer qualquer tipo de violência sobre os alunos: se estes merecem, os Pais que tratem do assunto. Em casos extremos, poderá ser a única forma possível para o professor;

    4. Sou Pai e já fiz contencioso; de fralda de bébé e cabeça de juiz nunca se sabe o que vai sair;

    5. Há bens juridicamente mais importantes para tutelar do que um tabefe (supondo que menor e mesmo que injustificado) numa criança: não conhecendo a legislação francesa ou as circunstâncias do caso, tenho muitas dúvidas que a prisão preventiva deva ser utilizada para este tipo de decisões.

     
  • At 5:57 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    NMB,

    Em jeito de provocação, para quem não queria comentar a decisão judicial acabaste por comentá-la (e bem): "...não conhecendo a legislação francesa ou as circunstâncias do caso, tenho muitas dúvidas que a prisão preventiva deva ser utilizada para este tipo de decisões."

    Mas indo à substância:

    1) Concordo que os pais não se podem desresponsabilizar da educação dos seus filhos. É um dever, como muito bem referiste.

    2) Quando utilizas o termo violência, acho que a questão se torna bem mais cinzenta. No fundo o que é afinal permitido/exigido ao professor numa sala de aula ?

    Violência é só violência física ou também verbal? O desprezo por um aluno é violência ? É ou não importante a autoridade do professor numa sala de aula? Grande parte dos professores hoje, em muitas escolas, não podem simplesmente ensinar. Vêem-se obrigados "a estar" apenas nas salas de aulas. Não se pretende que uma sala de aula se transforme numa sala de boxe. Mas parece-me que há hoje excesso de protecção para meninos mal criados, muitos deles vindo de estratos sociais mais elevados ...

    O gozar com o professor tornou-se num elemento de aceitação social entre os alunos. Porquê? Porque é permitido! As consequências são quase sempre nenhumas. Quem perde? A educação.

     
  • At 6:09 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Caro Miga e Zepa,

    Parece-me que é necessário olhar sempre para a proporcionalidade. Se o aluno chamou tolinho ao professor, parece-me desproporcional o tabefe. Agora, imaginem que o aluno não só chamou estúpido ao professor, como lhe cuspiu nas costas e ainda deu um traque em plena sala de aula gritando "Eu sou o Rei da Selva!". Tenho dúvidas ...

    PS - Acreditem que a minha imaginação fica muito aquém da diversidade de situações que numa qualquer escola de de um centro urbano ocorrem todos os dias.

    Tiroliro,
    Concordo em absoluto.

     
  • At 7:08 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Meus caros,
    É evidente que o dever de educar é fundamentalmente dos pais.
    Agora, temos é de descer de lilliput e ver o mundo em que estamos.
    A imagem que tenho é que os pais cada vez têm menos tempo para os filhos, para os acompanhar e para os educar.
    Desresponsabilizando-se os pais de tal tarefa, ou a mesma é assumida pelos professores ou caínmos na anarquia/caos que é o mundo actual.
    A falta de educação é constante, e basta ir a um restaurante para constatarem o que digo.
    O excesso de protecção dos direitos dos alunos, dos criminosos, dos mal educados é uma situação que me envergonha, no mundo de hoje.
    É esta a realidade que temos.

     
  • At 11:17 da tarde, Blogger Miga said…

    Paulo,

    À descrição que fazes (excelente do ponto de vista da criatividade) só falta uma coisa: o aluno, no fim tudo isso, dar um "calduço" ao professor.

    A acontecer este hipotético quadro, o professor também não poderia "tocar" no aluno, pura uma única razão: é que se o fizesse, arriscava-se a ir parar ao hospital no mesmo dia! Se o aluno tivesse este comportamento, era por ser um autêntico "índio" e não seria nada bom que o professor tivesse a ideia de resolver o problema com o tabefe. Não concordas?

    Lembro-me de um filme, com uma grande participação da Michelle Pfeiffer em que ela chega a uma escola de delinquentes, onde há há dois grupos rivais que se envolvem constantemente, chegando ao ponto de se matarem entre si. Ela após uma grande luta, consegue serenar os ânimos, e mesmo a violência que estava instalada. Seria um bom exemplo para alguns dos casos que se vão vendo nos dias de hoje, nomeadamente nas nossas escolas.

     

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