Tertúlia Liberal

Pretende-se REFLECTIR o mundo e a sociedade, com uma nota crítica mas sem pessimismos.

segunda-feira, janeiro 07, 2008

Algumas perguntas (e uma conclusão) sobre a nova lei

Será esta uma lei justa, pois os malefícios decorrentes de levar com o fumo dos outros são superiores ao esforço de não fumar para um fumador?

Será este o primeiro passo para que o Estado nos obrigue a fazer uma corridinha ao Sábado de manhã, pois o jogging faz bem à saúde ? E a não comer batatas fritas de pacote em excesso?

Será que em Portugal se seguirá o caminho do Reino Unido, em que o parlamento discute uma nova lei sobre o pagamento dos serviços públicos de saúde para os fumadores, obesos e sedentários ("doenças auto-induzidas")?

O que eu sei é na Alemanha o proprietário de um bar abriu uns buracos nas paredes para que os fumadores, com a cabeça para a rua, pudessem livremente fumar sem incomodar os outros clientes.

29 Comments:

  • At 9:52 da manhã, Blogger Nuno Moraes Bastos said…

    Paulo,

    A política europeia anda entregue a figurantes...

    Na falta de uma ideia estruturante de Europa, na falta de coesão e afirmação económica e política do espaço europeu, legisla-se sobre a vida do cidadão.

    Parece que dormir pouco também não faz bem: querem por uma inspectora da ASAE (ou similar) a levar-me o leitinho com mel à cama?

    Já não há pachorra!

     
  • At 1:06 da tarde, Blogger tiroliro007 said…

    Concordo, no essencial, com a lei e citando o nosso PM corresponde às boas práticas dos países civilizados.
    Acho que o fundamentalismo dos fumadores gerou um fundamentalismo dos adeptos anti tabaco. Confesso que não tenho pachorra para qualquer das posições.
    Considero que a legislação peca claramente quando regula o consumo de tabaco em escritórios, espaços privados por natureza. Alguém que trabalhe sozinho, não poderá fumar, para cumprir esta lei. Isto é absurdo e na minha opinião inconstitucional, violando o direito de propriedade.
    Qual será o próximo passo? Legislar sobre o consumo de tabaco nas casas das pessoas?
    Acho que a lei foi no sentido correcto, mas os seus excessos podem trazer situações complicadas.

     
  • At 5:10 da tarde, Blogger Miga said…

    Concordo inteiramente com a nova Lei.

    Não estou contra os fumadores, mas acho que todos compreendem (quer os fumadores, quer os não fumandores) que os locais fechados (nomeadamente os restaurantes) ficam com um muito melhor ambiente sem fumo. Fui jantar na 6ª feira passada a um restaurante, e pela primeira vez não cheguei a casa com a roupa com um cheiro insuportável a fumo. O ambiente ficava irrespirável e era bem notada uma nuvem imensa no tecto do restaurante, que agora não existe.

    Não devemos esquecer que esta Lei surge agora, mas já se cumpria em muitos sítios (ex.: transportes públicos).

    Não se proíbe os fumadores de fumar, apenas se altera o local para fumarem.

    Tiroliro,

    A questão não está, se não me engano, em proibir o consumo de tabaco em escritórios apenas, mas sim dentro dos locais de trabalho em geral, incluindo os escritórios.

    E pegando nas tuas palavras, digo-te que o próximo passo para mim era proibirem o consumo de tabaco nos estádios de futebol.

     
  • At 7:42 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

     
  • At 9:18 da tarde, Blogger Paulo Martins said…

    Caros, especialmente Miga,

    Primeiro, não podemos analisar uma lei em função dos nossos interesses pessoais. Se eu sou não fumador concordo com a lei, se sou fumador não concordo. Julgo que devemos fazer um esforço de nos abstrairmos do nosso próprio interesse, sob pena de passarmos a defender uma série de leis que nos protejam/beneficiem a nós pessoalmente (ou a uma categoria onde nós nos incluamos, neste caso, nos não fumadores). Não é critério racional e é pouco democrático.

    Segundo, estamos a tratar de uma actividade legal (que é fumar) que o Estado (a UE) se arroga de regulamentar mesmo em espaços privados atentando de forma completamente fascista contra os princípios básicos inerentes ao direito de propriedade.

    Terceiro, o argumento principal é o da saúde pública. Então proíba-se a alimentação à base de fritos, o não fazer desporto, a realização de exames médicos regularmente, etc.

    O outro argumento é o de que o fumo incomoda os não fumadores. Poderia elencar uma série de comportamentos que me incomodam todos os dias e que não me passa pela cabeça que o Estado legisle, ex: as pessoas deviam tomar banho todos os dias (andar de metro à hora de ponta pode ser muito penoso), irrita-me pessoas que falam alto nos transportes públicos, irrita-me a falta de educação e civismo das pessoas, etc.

    Finalmente, o Estado devia pensar em reduzir funções na sociedade e não aumentá-las (principalmente na esfera privada), não criar excesso de regulação que provoque controlo estatal policial sobre a sociedade civil.

     
  • At 11:56 da tarde, Blogger tiroliro007 said…

    Meus caros
    Tb acho que a análise não pode ser efectuada no plano meramente pessoal.
    Eu durante 3 anos partilhei um gabinete com 1 fumador e, apesar de ser asmático, nunca lhe pedi para deixar de fumar.
    Entendo que o trabalho causa stress e um fumador sente-se mais necessitado dessa droga nesses momentos.
    Ainda assim entendo que não se pode legislar em locais privados. Esta lei é manifestamente inconstitucional.
    Miga quando falei em escritórios, abordei em termos pessoais, mas é evidente que me reportava a locais de trabalho.
    Quanto aos estádios, pelo que sei o Porto foi o primeiro a definir os locais que se pode ou não fumar. Uma vez mais andaram à frente dos nossos clubes.

     
  • At 9:43 da manhã, Blogger Miga said…

    Paulo e Tiroliro,

    Embora tenha dado a minha opinião pessoal, deixei bem vincado que a mesma não era contra os fumadores.

    Como é óbvio, fumar é um direito que a pessoas têm. Agora o que não pode ser negado, desculpem-me, é que esse direito de fumar é nocivo (está provado cientificamente) para as pessoas que os rodeiam! Para além de fazer mal à Saúde dos que fumam, prejudica a Saúde dos outros que estão à volta. Ora, isto vai para além do simples incómodo que o fumo pode causar.

    Este último ponto que foquei é de extrema importância. É por isto que o argumento principal é o da saúde pública. Paulo, como sabemos, se eu comer um pacote das batatas fritas, ou amendoins com sal, ou seja o que for, ao pé de ti ou de qualquer pessoa, só me prejudico a mim, não faço mal a mais ninguém. Bom a não ser que o faça de boca aberta... :) Aí já é a tal falta de civismo que referiste.

     
  • At 10:57 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    Caro Miga,

    Então dou-te alguns exemplos de actos próprios que podem prejudicar a saúde dos outros e que não estão (nem devem estar) reguladas:

    - não fazer reciclagem;
    - andar de viatura própria a poluir o ar que todos respiramos, em detrimento da utilização dos transportes públicos;
    - levar os miúdos para o infantário quando estejam engripados ou com outra doença contagiosa para os demais miúdos;

    (...)

    A actividade de fumar é ou não legal ? A intervenção do Estado é a prova de que a sociedade civil (as pessoas) são incapazes de resolver este tipo de problemas. É incapaz, então vamo-nos manter no caminho errado e regule-se ...

     
  • At 6:12 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Caros,

    Por aqui o entendimento é geral, mas parece-me que algumas pessoas não perceberam bem o intuito da nova lei; é que fumar não passou a ser proibido! Apenas se legislaram os locais onde tal é proibido.
    Não conheço bem a nova lei, mas julgo que, ao proibir-se o acto de fumar nos locais de trabalho, devia ser obrigatório criar condições para que os fumadores o possam fazer, fora do escritório, nem que fosse com intervalos programados...(já sei que vai haver quem diga que isso reduz a produtividade, mas também as consultas a blogues e tiradas de MSN reduzem)...porque essas pessoas não têm hipótese de não estarem ali, ao contrário do que se passa com os restaurantes e etc.
    Acrescento ainda que me entristece que, no meu entender, tenha sido NECESSÁRIO legislar sobre esta matéria; e foi necessário porque os cidadãos não têm respeito uns pelos outros! Como é que se pode conceber que alguém fume num restaurante sabendo que está a incomodar os vizinhos de comezaina? Como se pode fumar num escritório, para cima de um colega que não fuma ou andar a passear pelo escritório de cigarro na boca? Como se pode fumar a um balcão, mesmo na cara de quem nos está a atender? Claro que estes exemplos, como bem se percebe, me atingem directamente...
    Fui fumador durante muito tempo, e fumava no escritório; mas no meu gabinete, fechado sem incomodar (muito) ninguém. Nunca fui capaz de fumar num restaurante, nem durante a "bica".
    Por isso o problema é este mesmo: as pessoas são mal educadas e egoístas! (vejam-se outros exemplos, como o estacionamento caótico pelas cidades...eu devo ser tolo, porque às vezes não estaciono em determinado local pq me lembro que assim não passaria alguém com uma cadeira de rodas ou um carrinho de bebé!!)

     
  • At 6:45 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Hoje troquei umas opiniões, verbais, sobre o meu post anterior, com um outro blogger também colaborante. E fui "acusado" de ser politicamente correcto e de apreciar a lei do meu ponto de vista pessoal (do tipo: se fumo sou contra, se não fumo sou a favor).
    Assim quero acrescentar algo ao que já disse antes, começando por relembrar, mais uma vez, que FUMAR NÃO É PROIBIDO!!
    Assim, pode fumar quem quiser mesmo que saiba que isso lhe faz mal à saúde; assim com pode ir para a cama às horas que quiser, quem tiver insónia, com ou sem leitinho com mel.
    O que não pode (quem tem insónia) é manter os vizinhos acordados, só porque não lhe apetece dormir; é por isso que existe a lei do ruído!
    Pela mesma lógica não se pode proibir ninguém de comer fritos, mas pode proibir-se que alguém obrigue outrem a comê-los, contra a sua vontade.
    Assim sendo, quase nem preciso concluir... mas faço-o na mesma:
    proibiu-se o fumar em locais de trabalho porque quem fuma está a prejudicar que não o faz, não porque não possa ou não consiga, mas porque NÃO QUER fumar!
    E deixo mais um apontamento pessoal: um colega de escritório, desportista, maníaco das dietas, que partilha gabinete com uma colega fumadora inveterada, certa vez foi ao médico e o Sr. Doutor disse-lhe que ele tinha que passar a fumar menos!!... mas acontece que o homem não fuma!! Aquele resultado foi-lhe imposto pela colega de escritório! E é isto com que a nova lei visa acabar!
    Quando se diz que uma pessoa que trabalhe sózinha não pode fumar, estamos a extravasar o sentido da lei; é claro que numa leitura à letra é isso que resulta, mas não deve ser essa a interpretação da lei; talvez um dia haja jurisprudência sobre esse assunto...
    Mais ainda: fala-se na propriedade privada. Ela é privada, mas então quem decide se se fuma ou não? O proprietário, claro, não é? Mas e o proprietário está presente no local de trabalho? Eu arriscaria dizer que em 80% dos casos não está. E nos casos em que está, invariavelmente (ressalvadas algumas eventuais e honradas excepções), o facto de se poder fumar ou não no local de trabalho iria depender de o proprietário ser ou não fumador.
    Cumprimentos,

     
  • At 6:59 da tarde, Blogger Miga said…

    Zepa,

    Estava para comentar hoje o seu primeiro comentário (passo a repetição), mas o trabalho não me deixou... até que agora ao ler a "adenda", não resisti.

    Como pode ver sofri a mesma "acusação" depois do meu 1º comentário ao post. Estou perfeitamente de acordo com tudo o que escreve, aliás, também no meu comentário referi algumas destas ideias, nomeadamente acerca das pessoas serem mal educadas e egoístias, que substituí por pouco civismo...

     
  • At 7:31 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Caros Zepa e Miga,

    Mas acham mesmo que o Estado deve regulamentar todos os actos próprios que possam prejudicar a saúde de terceiros. Repito os exemplos que já dei (há outros ...):

    - não fazer reciclagem;
    - andar de viatura própria a poluir o ar que todos respiramos, em detrimento da utilização dos transportes públicos;
    - levar os miúdos para o infantário quando estejam engripados ou com outra doença contagiosa para os demais miúdos;
    (...)

    E já agora termino com outra pergunta: acha que esse seu colega não podia recorrer aos tribunais para resolver (até antecipadamente) essa questão ?

    Qualquer dia queremos que o Estado nos tape com os cobertores e nos diga boa noite antes de adormecermos.

    A questão não é o que o Estado deve fazer por nós, é antes o que é que nós podemos fazer por nós próprios e pelos outros.

     
  • At 10:12 da tarde, Blogger tiroliro007 said…

    Meus caros amigos miga e zepa
    Obrigam-me a citar o Pacheco Pereira mas a questão não é a que colocam.
    Para não insistir em questões jurídicas, que são fastidiosas, mas penso que facilmente compreensíveis, apenas vos digo o seguinte:
    - a questão a meu ver é a que o paulo coloca - intromissão na nossa esfera pessoal. Coitadinhos de nós que precisamos do Estado.
    Eu só vos coloco a seguinte questão:
    - entre a ausência de legislação adequada antes de 2008 e a lei actual não teria sido possível uma solução mais consensual.
    Eu acho que sim, a bem de todos.
    Garanto que não estou a pensar em mim, porque repito sou asmático.
    Agora falsas imposições ou falsos moralismos ou falsas superioridades morais, tenham paciência, mas comigo não.

     
  • At 10:18 da tarde, Blogger tiroliro007 said…

    Meus caros
    Só para esclarecer que as falsas imposições, moralismos se reportam ao Governo e não a qualquer dos meus caros amigos.

     
  • At 7:08 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Paulo,

    Até estou pasmado com os teus argumentos !!!

    Como é do conhecimento dos meus Amigos sou completamente a favor desta lei que só peca por escassez ( Jorge,tem um bocadinho de pachorra) nada tenho contra os fumadores, só não quero é que me incomodem ou prejudiquem a minha saúde, quando por razões várias sou obrigado a partilhar o mesmo espaço fisico,principio básico de civismo !! O raciocinio do Paulo é mais ou menos este; se já há tantas coisas erradas e atentatórias do respeito pelo nosso semelhante porque corrigirmos esta ? ( e mesmo assim os exemplos são muito fraquinhos !!)Olha, pela falta de respeito; civismo e democracia dos fumadores, o Estado vesse obrigado a intervir.

    Miga,

    Concordo plenamente contigo !

     
  • At 11:01 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Caro Bruno,

    Conheço bem a tua posição sobre esta lei. És o exemplo mais claro daquilo que comecei por referir no comentário a este post: aprecias a lei em função da tua condição de não fumador (e por isso, concordas com ela), desprezando por completo um conjunto de questões relacionadas com a mesma já afloradas nos comentários a este post e que nem sequer comentas, ex: legitimidade do Estado de proibir o fumo em espaços privados, tenho colegas de escritório com gabinete individual que não podem fumar. Apesar de já teres sido mal tratado algumas vezes por alguns fumadores (tal como eu já fui), tenta perceber que há fumadores civilizados e que estão sujeitos a uma lei que regula mais do que devia regular.

    O princípio base é aquele que eu sei que, noutras questões, és um defensor acérrimo: menos Estado, melhor Estado.

     
  • At 3:12 da tarde, Blogger tiroliro007 said…

    Meus caros,
    A legislação quando é elaborada deve, no essencial, seguir dois princípios básicos:
    - regular aspectos para os quais a comunidade sente necessidade;
    - ter um equilibrio desejável para não ostracizar ou para originar apelos ao seu não cumprimento, como ainda ontem li num semanário.

    A Lei cumpre o primeiro princípio, regulando em locais que careciam de legislação.
    Não cumpre, no meu entender o segundo requisito, pois é desiquilibrada, excessiva e atentatória da propriedade privada.

    O meu receio, com este tipo de intervenções estatais em domínios privados é o exagero que este precedente pode potenciar.
    A bem da saúde pública e para verem a falibilidade da questão lembro-vos a suposta superioridade da raça ariana (comprovada em estudos médicos e científicos). Eu teria sido morto à nascença.

     
  • At 1:12 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Que a lei pudesse ser de outra forma, até concordo (embora não veja como), porque estou sempre pronto para trabalho de conjunto.
    Agora esses exemplos, especialmente este último...sem comentários...
    Mais uma vez, quanto à proibição de fumar no espaço privado:
    percebo a indignação e, no absoluto, até concordo!! Mas por favor deixem-se de casmurrices e percebam que um local trabalho tem pouco de espaço privado. É PROPRIEDADE privada, mas daí a ser um espaço privado... é privado para quem? para todos os trabalhadores? ou para a entidade empregadora? será que não percebem que quem está no local de trabalho não tem escolha? esse raciocínio de "não podem fumar mesmo estando sózinhos no seu gabinete" é a criação da mais pura das excepções e dá azo a cada um ter a sua: "eu estou no elevador sózinho"; "na casa de banho sózinho"; "no restaurante sózinho"...
    A criação de UMA excepção seria a mãe (como acontece em muitos outros casos) do caos e da quebra subjectiva da lei.
    Em relação a um dos exemplos que dei anteriormente, o do colega não fumador com pulmão de fumador compulsivo, tenho que acrescentar que o facto parece ter-me incomodado mais a mim do que a ele. E também que o nosso escritório é uma espécie de família, por isso o problema já podia ter sido resolvido, se o visado tivesse querido mudar de gabinete; mas ele prefere a companhia feminina...
    Para finalizar gostava de saber então, como os meus queridos colegas "bloguistas" criariam um projecto lei para esta matéria. Fica o repto!

     
  • At 6:17 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Caro Zepa,

    O argumento que dá para que não haja excepções à lei, salvo o devido respeito, não faz sentido, caso contrário nunca existiriam excepções legais.

    Os exemplos que dá do elevador e da casa de banho, como sabe, são espaços comuns, em princípio utilizados por todos num mesmo escritório, o que não acontece, com muitas pessoas fumadoras, que têm gabinete individual (de todas as profissões e não só de advogados).

    Não se contempla também algo que para mim seria básico, o acordo entre os visados, imagine até que há 2 pessoas num gabinete e que são ambas fumadoras (ou 4/5 trabalhadores numa pequena empresa todos fumadores) - solução legal: ninguém fuma, vai tudo para a rua durante o Inverno, sejam pessoas novas ou idosas. Isto faz algum sentido? Não acha isto atentatório dos direitos individuais das pessoas? Eu sou não fumador e não me revejo neste excesso de intervenção estatal.

    Como já referi anteriormente, acho que não faz sentido existir sequer lei. Acho que o Estado deve reduzir a sua intervenção ao mínimo essencial para que possa prestar serviços de qualidade aos cidadãos, o que infelizmente, não sucede.

     
  • At 10:44 da tarde, Blogger Miga said…

    Não querendo transformar esta discussão num confronto/guerra entre Zepa, Bruno e Miga contra Paulo e Tiroliro, tenho mais "lenha" para continuar a "atear" a discussão.

    Paulo,

    Concordo com várias das ideias que defendes, mas não concordo com o facto de estares contra a intervenção do Estado, baseado no pressuposto de os cidadãos serem capazes de tomar essas decisões. As pessoas têm sempre um pouco de egoísmo, orgulho, nalguns casos falta de civismo, etc, logo era praticamente impossivel agradar a fumadores e não fumadores. Neste caso, em que a decisão está longe de ser consensual não posso deixar de apoiar a Lei. Acima de tudo zela-se pela Saúde dos que não fumam, não se impedindo os fumadores de fumar.

    Permite-me que te confronte com uma das últimas questões que levantaste (dos fumadores apanharem frio agora no Inverno...). Então e no Verão, como vai ser? Aí quem vai ser prejudicado vão ser os não fumadores que não vão apanhar quatro ou cinco banhos de sol de cinco minutos por dia? Na empresa onde trabalho ainda não ouvi ninguém a queixar-se. Se o frio incomodar muito, podem sempre fazer, por exemplo, como os 1.2 milhões de espanhois que deixaram de fumar!

     
  • At 10:59 da tarde, Blogger tiroliro007 said…

    Miga
    O que eu receio é que precisamente esta questão se transforme numa guerra. E não será entre nós de certeza, porque nem eu nem o Paulo somos fumadores.
    Um colega meu este fim de semana num restaurante para fumadores (Luca) foi chamado à atenção e ofendido por estar a fumar num restaurante onde podia.
    A conversa do sujeito era a seguinte:
    " quantos metros têm este restaurante; têm as máquinas necessárias para a o fumo".
    Acham isto normal? Esta perseguição tipo sarna.
    Eu não acho e receio que continue.

    Uma nota final para dizer que não se regulam aspectos de civismo meu caro amigo Miga.
    Repito os dois critérios essenciais para se legislar. A meu ver o equilibrio não foi o desejável ainda que se tenha avançado num sentido que eu concordo.

     
  • At 11:54 da manhã, Blogger Nuno Moraes Bastos said…

    Todos,

    Alguns aceitam a lei porque concebem que o civismo (ou falta dele) e educação (ou falta dela) dos fumadores nem sempre é o que devia.

    Deixo-Vos uma pergunta: se o Estado agora também legisla sobre o que é ou não boa educação, que multa/coima aplicar a um candidato a PR que mastigue bolo rei de boca aberta, PR que exclame "Oh Senhor Guarda vá-se embora" ou membros do executivo e/ou deputados que troquem publicamente piropos entre si com alusões a animais (que não se visam ofender) ou capacidades intelectuais alheias?

    É que o bem juridicamente tutelado é aparentemente o mesmo (já que, sobre saúde, já falámos)...

     
  • At 3:36 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Caro Miga,

    A solução que dás é a prova da natureza fascista da lei - "Se o frio incomodar muito, podem sempre fazer, por exemplo, como os 1.2 milhões de espanhois que deixaram de fumar!".

    O exemplo que dei foi o de 2 pessoas que partilham um gabinete e que são ambas fumadoras ou 4/5 trabalhadores numa pequena empresa todos fumadores. Não percebo o teu comentário de prejuízo para os não fumadores nestas situações.

    Sinceramente, alguém consegue realmente afirmar (como não fumador) que vai ganhar anos de vida (ou deixar de os perder) com a publicação desta lei? É mesmo a saúde pública que está aqui em causa ou uma guerra fundamentalista de duas pequenas facções que não se entendem por falta de civismo de ambas as partes ?

    A questão seguinte é: deve o Estado intervir neste birra como papá de meninos mal comportados ou devemos nós, sociedade civil (fumadores e não fumadores mal comportados), libertar o papá Estado desta tarefa ?

     
  • At 11:32 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    Acho que nós, enquanto sociedade, devíamos libertar o Estado dessa função.
    Mas isso não acontece em sítio nenhum, já que são poucos os que fazem valer os seus direitos e nenhuns os que se preocupam em ajudar o próximo.
    Quanto ao "episódio Luca", ele vai repetir-se muitas mais vezes, mas a resposta que foi dada no caso foi a melhor chapada que se podia ter dado, com o fumador a dizer ao idiota que não sabia onde estava (que ainda por cima era um mal educado a fazer valer-se do "pequeno poder" que julgava ter), que ele o estava a incomodar com o comentário, já que aquele é um dos 1% de restaurantes onde se pode fumar; essa é a aitude de superioridade de sabe o que pode e cumpre.
    Finalmente fui forçado (argumentativamente, não coactivamente :-))a concordar que deviam existir excepções explícitas para os locais de trabalho, criando-se locais com condições para fumar.
    De qualquer modo essa é a minha interpretação da lei; julgo que se quer proibir o fumo no POSTO de trabalho, sem abranger o LOCAL de trabalho por completo e arredores.
    Aliás sei de empresas que criaram essas condições e preparam-se para lutar com a ASAE se tal for necessário. Numa dessas empresas é proibido, por política interna, fumar à porta do edifício, o que eu compreendo perfeitamente.
    Com isto quero dizer que não abdico da proibição de fumar no posto de trabalho, seja ele de comum acordo com os colegas ou sózinho, mas julgo prudente criar condições para a existência de locais de fumo com condições de garantia para os não fumaores, nos locais de trabalho.

     
  • At 9:06 da manhã, Blogger Nuno Moraes Bastos said…

    Só tenho a lamentar que, no seguimento desta política de tutela do interesse individual do cidadão e do seu direito à saúde, nenhuma parelha de gémeas suecas com cartão da ASAE me tivesse ontem tentado convencer de que temos de nos deitar cedo...

    (Parece que dormir pouco faz mal...)

     
  • At 9:56 da manhã, Blogger Nuno Moraes Bastos said…

    Todos,

    A este propósito, chamo a Vossa atenção para os belíssimos posts que em seguida refiro:

    http://31daarmada.blogs.sapo.pt/1301808.html

    http://31daarmada.blogs.sapo.pt/1302253.html

    http://31daarmada.blogs.sapo.pt/1302410.html

    http://31daarmada.blogs.sapo.pt/1304204.html

     
  • At 2:34 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Concordo com as ideias dos Paises civilizados do centro-norte da europa.
    Eu ia mesmo mais longe ao aplicar algumas ideias Hitlerianas para os que enfardam o défice publico com doenças auto-induzidas, éra criar campos de exterminio para todos eles!

     
  • At 10:45 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    Podia ser utilizado o estádio da luz como campo de extermínio e depois era só mandar implodir ...

     
  • At 9:54 da manhã, Blogger Nuno Moraes Bastos said…

    Paulo,

    À partida, não me parece mal: implodir a cesta de pão com lamps de cigarro na mão...

     

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