Ou eu ou ELE
Se Robert Mugabe for convidado para participar na cimeira Europa-Africa, Gordon Brown não vai estar presente.
O primeiro-ministro britânico já anunciou esta decisão a vários colaboradores e também a José Sócrates.
O que dizem desta posição de força do primeiro ministro inglês? É claramente uma retaliação ao que mugabe fez quando expulsou e perseguiu diversos ingleses que moravam no seu país. Questões de racismo? Colonialismo mal curado? Questões económicas?
A verdade é que este tirano, há 27 anos no poder, está a levar o seu país à ruína, com aumento do desemprego, da inflação, da fome, da sida.
posted by tiroliro007 @ 6:43 da tarde
6 Comments:
At 8:40 da manhã,
Nuno Moraes Bastos said…
Politics!
Não me parece que seja colonialismo mal resolvido ou racismo latente: é um problema político, e está a ser encarado como tal...
(da mesma forma como a postura contrária é adoptada quando se fala da China, essa grande democrata)
At 10:44 da manhã,
Anónimo said…
Paulo Martins said...
Parece-me que é a única atitude possível face a regimes tiranos. Sou daqueles que defende que a democracia se deve impor, ainda que seja de fora para dentro. Isto não vai lá com "paninhos quentes", com conversas ou com cimeiras de fachada. É preciso dar um sinal claro a estes ditadorzecos. Infelizmente África está cheio deles ...
At 10:16 da tarde,
Miga said…
A minha opinião é muito idêntica à expressa pelo Paulo.
Perante os factos que bem descreves, Tiroliro007, penso que é uma atitude de coragem e de "pulso forte", não esquecendo o que o seu povo sofreu. No entanto, penso que retaliação é um termo forte demais... na minha opinião, está apenas a defender o que sente concerteza a esmagadora maioria dos ingleses. Outra atitude que não fosse esta, seria facilmente conotada com o "passar por cima" do sofrimento do povo inglês no passado.
Não acho, portanto, que seja uma questão de racismo, ou qualquer outra que apontas.
Para além de concordar à partida com a posição de Gordon Brown (hoje confirmada), a última frase do post faz-me não ter dúvidas nenhumas. Um ditador, tirano, ou como se queira chamar, como Mugabe, devia era assumir um compromisso de parar, de imediato, de prejudicar o seu país, em vez de estar ainda a ser cabeça de cartaz de cimeiras, enquanto o povo sofre horrivelmente com as suas acções.
At 10:08 da tarde,
Miga said…
Por vezes (senão quase sempre) é bom sermos confrontados com outras ideias, para nos "obrigar" a repensarmos as nossas opiniões.
Foi isso que me aconteceu ao ler um artigo de Rodrigo Tavares, na Visão de 5ª feira passada, nem mais nem menos, com o título: "Razões para Portugal convidar Mugabe".
Em resumo o artigo diz o seguinte:
- começa por fazer a introdução do tema, referindo depois o critério, escrito em discurso oficial (que já aqui referimos), para não convidar Mugabe: a magnitude da opressão social infligida à população do Zimbabué. No entanto, o autor coloca algumas questões como: em termos práticos, qual a diferença entre Mugabe e Omar al-Bashir (Presidente do Sudão)? Ou o Presidente dos Camarões (desde 1982 no poder), tido como um dos mais criativos líderes africanos a falsificar eleições? E não irá a Birmânia (ditadura militar) ser convidada para participar na próxima cimeira EU-ASEAN a 22 Novembro?
- refere depois, em conclusão, que, se o objectivo da UE é fomentar alterações políticas no Zimbabué, isolar Mugabe leva-o ao seu fortalecimento em África, ao passo que a reintegração pode levar ao seu enfraquecimento;
- termina, dizendo que é, então, preferível sacrificar a presença de Gordon Brown em Lisboa, do que sacrificar a possibilidade de Mugabe perder a argumentação anticolonial.
Como dizia no início, acabei por mudar um pouco a minha opinião ao ler este artigo. O que dizem?
At 11:39 da tarde,
Anónimo said…
Caro amigo Miga,
A minha opinião ia nesse sentido quando mencionei "regimes tiranos" e da forma como terminei o meu comentário. Infelizmente África é o continente mais afectado pela tirania, despotismo, corrupção, ...
Pode-se discutir é se a ausência de Brown resolve o problema ou se o agrava. Julgo que nem uma coisa nem outra. A tomada de posição de Brown já teve um mérito, fez com que se começasse a discutir a questão. Tal é um facto que, aliás o nosso blogue o confirma.
At 5:30 da tarde,
tiroliro007 said…
Meus caros
Pareceu-me que este seria um tema interessante, até para fugir ao futebol e captar outros públicos, mas parece que continuamos confinados ao grupo dos ilustres gauleses.
A minha opinião é que por mais legítima que seja a posição de Brown, deveria entender que esta é uma cimeira europa-áfrica e não entre inglaterra e zimababué.
Longe de mim estar do lado do tirano mas acho que o sentido de Estado obrigaria o primeiro ministro inglês a outra posição.
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