Por um não responsável
O aborto volta a estar na ordem do dia com a aproximação da data do referendo. Não vou, por ora, expor o meu pensamento e o meu sentido de voto mas venho apenas colocar a discussão a questão deste tema voltar a ser referendado somente 9 anos após a última consulta popular.
Li recentemente que o referendo em matéria de custos operacionais custará aproximadamente 10 milhões de euros. Não é uma quantia despicienda.
Assim, coloco-vos as minhas reservas sobre este referendo começando pela proximidade face ao anterior. Será que o tema vai ser referendado até o sim ganhar, como tudo indica que acontecerá? E depois poderá a questão ser novamente referendada porque os partidários do não pretendem novamente suscitar esta questão? Não deveria haver um hiato de tempo maior entre os referendos para que a questão pudesse ser suscitada?
Posta esta questão, levanto outra ainda mais polémica, sendo eu contra a realização do referendo neste momento, porque tenho como contribuinte de o custear? Penso que terá sido iniciativa do grupo parlamentar do PS a realização desta consulta. Porque não ser este partido a custear este esbanjar de dinheiros públicos. Ou caso resultasse de iniciativa popular, porque não serem os subscritores da petição a custear este referendo, quiçá procurando patrocínios junto das clínicas espanholas que se preparam para ficar com este negócio.
Enfim é este o país que temos
O aborto volta a estar na ordem do dia com a aproximação da data do referendo. Não vou, por ora, expor o meu pensamento e o meu sentido de voto mas venho apenas colocar a discussão a questão deste tema voltar a ser referendado somente 9 anos após a última consulta popular.
Li recentemente que o referendo em matéria de custos operacionais custará aproximadamente 10 milhões de euros. Não é uma quantia despicienda.
Assim, coloco-vos as minhas reservas sobre este referendo começando pela proximidade face ao anterior. Será que o tema vai ser referendado até o sim ganhar, como tudo indica que acontecerá? E depois poderá a questão ser novamente referendada porque os partidários do não pretendem novamente suscitar esta questão? Não deveria haver um hiato de tempo maior entre os referendos para que a questão pudesse ser suscitada?
Posta esta questão, levanto outra ainda mais polémica, sendo eu contra a realização do referendo neste momento, porque tenho como contribuinte de o custear? Penso que terá sido iniciativa do grupo parlamentar do PS a realização desta consulta. Porque não ser este partido a custear este esbanjar de dinheiros públicos. Ou caso resultasse de iniciativa popular, porque não serem os subscritores da petição a custear este referendo, quiçá procurando patrocínios junto das clínicas espanholas que se preparam para ficar com este negócio.
Enfim é este o país que temos
posted by tiroliro007 @ 12:15 da manhã
6 Comments:
At 12:57 da tarde,
Nuno Moraes Bastos said…
1. Nitidamente: vão referendar até o sim ganhar... Claramente: o casamento entre homosexuais não vai demorar a seguir a mesma via de facilitismos...
2. O problema não é de custos mas de opções: pode o Estado negar-se a cumprir os seus deveres de saúde pública e planeamente familiar com a facilitação do recurso ao aborto?
3. Referendo com custeamento privado só funciona numa base local e - recordo - a submissão deste assunto a referendo foi há anos uma vitória do Não. Assim evitámos a aprovação da lei pela AR.
4. Que pensam do fantástico argumento "para combater o aborto clandestino" (um pouco como legalizar o furto, já que não se apanham todos os autores dos crimes) ou "evitar prisão de mulheres"?
At 2:34 da tarde,
Paulo Martins said…
Vou votar não. Contudo, não julgo que seja desapropriado referendar novamente a questão. Passaram 9 anos sobre a anterior consulta que teve um resultado muitíssimo equilibrado.
Vamos ver. Apesar do cenário não ser animador não acho que esteja perdido à partida.
Deixo para segundas núpcias a minha posição quanto à questão de fundo ...
At 4:31 da tarde,
Miga said…
Estou contra haver novamente o referendo, independentemente dos nove anos passados sobre o anterior. E a razão prende-se precisamente com o custo de 10 milhões de euros. Seria bem mais útil utilizar este dinheiro para outros fins (planeamento familiar, entre outros).
Acho incrível a notícia que li sobre a revolta do BE relativamente ao orçamento da Campanha pelo "Não" comparativamente com a do "Sim". Falavam então os senhores deste partido do alegado "milagre" de verbas conseguidas pela campanha do "Não"...
Estou de acordo com o teu ponto 1, NMB. Não tardará muito a termos aí esse "assunto" a rebentar...
At 7:13 da tarde,
Apre said…
Tiroliro 007, concordo plenamente contigo, apesar do teu nick não inspirar o menor grau de credibilidade, pois o custo do referendo é escandaloso, mas valia pelo que custa que tivesse ganho o sim, há 9 anos.
Mas se isso tivesse acontecido quantos abortos teria havido nos hospitais publicos financiados pelo orçamento de estado da Saude?
Quanto vai custar um sim em termos de impostos?
Será que 10 milhões de euros por ano chegam para o que o Estado comparticipará por cada aborto em hospital publico?
Eu julgo que não, e vou votar não para que os meus impostos não aumentem, quem quer fazer abortos que os faça mas que os pague também, e leiam uns folhetos sobre anti-concepcionais!
At 9:26 da tarde,
tiroliro007 said…
Meus caros
Parece-me que do teor do post ficou entendido que eu não queria saber a vossa posição sobre o referendo. O paulo suscitou-a noutro post e discutam aí essa polémica.
Queria vos levar a pensar no custo que tem um referendo e sobre quem o devia suportar. Era essa a minha temática, ainda que possa ser desinteressante para vós.
Penso que passados 9 anos é uma vergonha referendar novamente esta questão. Se querem a minha opinião, a única razão que leva a suscitar novo referendo tem haver com o facto de ter havido grande abstenção e dos comentadores políticos terem associado tal facto à vitória do não.
E se agora se mantiverem elevados níveis de abstenção e ganhar o sim? Referendamos daqui a 9 anos. Eu digo-vos mesmo que ganhe o sim (ops perceberam a minha posição) serei sempre contra um referendo daqui a 9 anos.
Argumentos de segurança jurídica, de saúde financeira e de igual status quo no país levam-me a pensar assim.
At 11:08 da tarde,
Anónimo said…
Acho que vai depender em grande parte da margem da vitória para que se referende ou não no futuro próximo.
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