Tertúlia Liberal

Pretende-se REFLECTIR o mundo e a sociedade, com uma nota crítica mas sem pessimismos.

terça-feira, dezembro 26, 2006

Info-excluídos?

A Sábado desta semana reflecte - ainda que sincopadamente - os péssimos hábitos de recurso a tecnologias de informação que os "nossos" políticos ainda perfilham.

Inquiridas personagens como Marques Mendes (o menos mau nesta matéria), Santana Lopes e outros de idêntico calibre ou responsabilidade (termo quanto a alguns aplicado no seu sentido mais lato), obtivémos pérolas como a que refere que Santana Lopes lia - quando em funções - o seu e-mail em versão impressa.

Os hábitos do português típico, bastante mais activo do que os citados, resumem-se ao envio regular de mails (geralmente não relacionados com trabalho e contendo em anexo umas gajas mais assanhadas) e à leitura diária dos diários desportivos. Isoladamente não é mau, mas se desacompanhado de um conhecimento mais útil do software relevante e das bases de dados disponíveis online torna-se um pouco redutor.

Depois venham falar-me em protocolos com o MIT ou em ajudas de filantropos como Bill Gates...

Aos leitores, porque pertencentes a uma imensa (e cremos que mais sofisticada) minoria: nada como o século XXI, não é?

7 Comments:

  • At 2:55 da tarde, Blogger Paulo Martins said…

    A geração anterior à nossa apanhou o comboio em andamento. É complicado para esses mudarem velhos hábitos de escrita/leitura, troca de correspondência, etc.

    Depois há uns, ainda nessa geração ou não, que têm um verdadeiro gozo em manter esses hábitos. Dizia-me um advogado com os seus 50 anos há uns tempos atrás: "Redigir um contrato ou uma peça processual tem que ser à mão, dá-me um gozo imenso escrever com o meu próprio punho, não é a mesma coisa que teclar num computador".

     
  • At 9:53 da tarde, Blogger tiroliro007 said…

    É realmente um tema complicado e que está intimamente relacionado com a idade e espírito de aventura dos utilizadores.
    Eu estou um pouco a meio caminho entre as duas gerações. Não nasci com essa máquina nas mãos mas tenho bons conhecimentos na óptica do utilizador.
    É realmente o único caminho e nesse aspecto estou de acordo com o sócrates. A tecnologia tem de ser parte do nosso dia a dia.
    Eu confesso que me sinto por vezes impotente e irritado com as novas tecnologias pois tudo requer um curso para se utilizar com eficiência mas enfim sinal dos tempos

     
  • At 12:02 da tarde, Blogger Nuno Moraes Bastos said…

    Caros,

    A minha Mãe - menos jovem do que aparenta - utiliza, tão bem e regularmente quanto qualquer um de nós, o software mais comum, envia e recebe regularmente e-mail e tem as suas páginas web predilectas que consulta diariamente.

    Não é idade, é disposição.

     
  • At 3:32 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Realmente revejo-me naquilo que referes, NMB, sobre os hábitos do português típico, no que respeita ao uso de mails (incluindo as gajas...) ou ler o jornal desportivo. Claro que, não me fico por aqui, pois o mail (e o PC em geral) é, para mim, um importante (digo melhor, indispensável) instrumento de trabalho.

    No entanto, e como referes, ainda fazemos parte de uma minoria, pelo que concordo que grandes protocolos como os que foram anunciados (MIT) na actual sociedade parecem desfasados da realidade. Vendo numa perspectiva de futuro é um facto que pode ser positivo, pois hoje em dia já ninguém tirará um curso sem saber "mexer" minimamente num computador. E nem preciso de falar apenas de alunos universitários, pois a minha irmã, que tem 10 anos, já há pelo menos um ano que fala no Messenger e já vai fazendo os seus trabalhinhos de Word e Excel...

    Finalmente acrescento que, para além da idade e da disposição, também a actividade profissional tem, para mim, relevância para se entrar no munda da informática e dos computadores. Refiro também o exemplo da minha mãe que só aprendeu a mexer num computador, porque a empresa onde trabalha se informatizou, tendo consequentemente aderido à inernet e e-mail.

     
  • At 4:01 da tarde, Blogger Nuno Moraes Bastos said…

    Exacto, Miga.

    Agora explica-me como é que um ex-primeiro ministro (mesmo do calibre de Santana Lopes) ou um candidato a primeiro-ministro (e ministro vários anos) pode exercer funções sem hábitos de trabalho similares...

     
  • At 5:05 da tarde, Blogger Paulo Martins said…

    NMB,
    Não concordo contigo nesse ponto (e sabes o quanto eu adoro o PSL ...). Não acho que seja essencial para o bom desempenho do cargo de primeiro-ministro o uso das novas tecnologias. A agenda de um primeiro-ministro é tão cheia que existem assessores, secretárias, imprensa escrita, ...

    É uma vergonha, mas não é essencial. Que todos os males do PSL fossem esses, estávamos nós bem ...

     
  • At 9:33 da manhã, Blogger Nuno Moraes Bastos said…

    Vá lá, vá lá, pelo menos gosta de gajas (dizia no outro dia cnm).

     

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