
Bebés precisam-se em Portugal!
No passado dia 8 de Março li, na revista "Tabu" do Semanário "Sol", um interessante artigo sobre a natalidade em Portugal. Fiquei impressionado com o que li, ao ponto de ter vontade de transcrever para este post alguns dos dados do estudo:
- o crescimento é nulo em Portugal (há tantos nascimentos, como mortes);
- Portugal ocupa o 7º lugar mundial do envelhecimento;
- entre 2000 e 2006, houve uma descida de mais de 20% de nascimentos;
- em 1960 a mulher tinha, em média, 3.1 filhos, ao passo que hoje tem 1.6 filhos (enorme quebra da fecundidade);
O próprio Primeiro-Ministro disse em Julho do ano passado que "cabe ao Estado, sem dúvida, contribuir para criar condições para que possamos recuperar o ritmo de nascimentos". Nessa altura anunciou a criação de um abono para as grávidas e modificações no abono de família. Será isto suficiente?
Ana Cid, secretária geral da A. P. F. N. (Associação Portuguesa das Famílias Numerosas), põe "o dedo na ferida", referindo que o contexto actual penaliza as famílias com filhos, ao ponto de estas ficarem "estranguladas". Acrescenta também a problemática da mulher com um contracto a termo correr sério risco de perder o emprego ao engravidar.
Termino com um desejo (que estou certo compartilham): que melhores anos venham, para bem do futuro do nosso país!
5 Comments:
At 11:52 da manhã,
Anónimo said…
O nascimento de mais crianças está intimamente ligada com as condições económicas dos pais, mas não só como comprova a estatística, pois Portugal não é (ainda) o 7º país mais pobre do mundo.
Julgo que quem tem uma situação financeira que o permita que deve (isso mesmo, tem obrigação!) de contribuir para o aumento da natalidade do seu país. Queixamo-nos muitas vezes do "estado das coisas" em Portugal, pois bem há assuntos cuja resolução está ao nosso alcance.
At 11:00 da manhã,
tiroliro007 said…
Caro Miga,
Excelente post. Os dados são realmente impressionantes.
Penso que as condições económicas são importantes.
Tenho assistido a alguns debates, nos quais os representantes de famílias numerosas têm vindo a sugerir diversas alterações legislativas.
Deixo-vos um exemplo:
os monovolumes - indispensáveis para quem tenha pelo menos 3 filhos (3 cadeiras de bébé não cabem numa viatura ligeira) - pagam mais imposto de circulação e portagens. Será justa esta situação?
Outra questão, prende-se com a necessidade das crianças, desde pequenas, terem a necessidade de frequentar creches. Antigamente, os avós tinham disponibilidade para ficar com elas. Actualmente os avós trabalham. Qual o peso deste custo no orçamento familiar? E multiplicado por 2 e 3? Sei que existem "descontos" por haver mais que uma criança numa escola, mas ainda assim estamos a falar de valores consideráveis.
At 7:04 da tarde,
Nuno Moraes Bastos said…
Todos,
Independentemente de dados económicos (e com eles de certa maneira relacionados: coleccionar pensões de alimentos é para quem pode, não para quem quer), não terá também que ver com a falência de tantos casamentos?
At 5:25 da tarde,
Anónimo said…
NMB,
Também se pode ver a coisa ao contrário. Com o 2º casamento pode haver um incentivo extra para as pessoas quererem ter filhos no âmbito desse casamento que se calhar não teriam se o 1º casamento durasse a vida toda.
Acho acima de tudo, e contra mim falo, que o nível de vida a que as pessoas se habituaram hoje faz toda a diferença. As pessoas hoje não estão dispostas a ter mais filhos se tal implicar fazer sacríficios pessoais e com isso reduzir o seu nível de vida (ex: deixar de tirar umas boas férias 1/2 vezes ao ano, deixar de ter um bom carro, ...).
Tempos modernos ...
Também se pode discutir o dinheiro que hoje se gasta por criança, e mais uma vez contra mim falo. Não há hoje uma única peça de teatro/animação/etc. em Lisboa que não esgote rapidamente. Há hoje uma verdadeira fobia dos pais em querem dar tudo aos seus filhos na expectativa de fazê-los melhores seres humanos, quase "super heróis". Algumas coisas farão, outras não sei se não serão mera distracção e resultado dos remorsos das vidas super ocupadas que pais e mães têm durante a semana ...
At 12:54 da tarde,
Miga said…
Obrigado pelos vossos construtivos comentários.
De facto, está a acontecer muito esse "fenómeno" nas famílias da classe média ou média/alta, que o Paulo bem referiu. Muitas famílias resistem a passar os sacríficios de umas férias no estrangeiro, e outros, em detrimento de ter outro filho. Também é verdade que dão, noutros casos, tudo do bom e do melhor ao único filho, que depois não podem dar a dois (ex.: Seguro de Saúde, Colégio particular, roupas e brinquedos caros, etc).
A questão do divórcio é também importantíssima. O casamento que não resultou, mesmo depois do nascimento de um filho, leva a que não facilmente, quer o homem quer a mulher voltem a querer ter filhos.
Ainda na parte económica, o Tiroliro tocou, e bem, em exemplos concretos nas contas a fazer (de multiplicar...) à medida que se têm mais filhos... e dos tais entraves que por vezes há (imposto de circulação mais caro das monovolumes, creches caríssimas, etc...)
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