
Confesso que estou entusiasmado com o regresso de Paulo Portas. Reconheço-lhe defeitos, não concordei com algumas das suas posições, ex: visão anti-europeísta no início do CDS-PP, confusão do religioso com a política, adopção de um estilo pouco natural e facilmente confundível com o snobismo (cujo principal prejudicado é ele mesmo), ...
Em tudo o mais, é um político de excelência, claramente acima da média, muito bem preparado nas mais variadas áreas, passa facilmente a sua mensagem, consegue distinguir o essencial do acessório e, mais importante, vejo-o a defender o meu modelo de sociedade. Só uma nota, para quem o acusa de ser um estratega nato. Têm que convir que, ganhando Sócrates o 2º mandato (como todos esperam que venha a acontecer) Portas podia muito calmamente ter ficado na sombra mais uns 3/4 anos.
Espero que assuma o rumo de uma direita com a qual me identifico e julgo nunca ter tido representação em Portugal, nem mesmo com ele em momento algum no passado. Uma direita liberal moderna, em termos sociais (em que o papel do Estado seja reduzido ao mínimo, exista para quem dele realmente precisa - deficientes, crianças e idosos) e em termos económicos (mercado livre, com redução da carga fiscal sobre quem produz riqueza para criação de empresas portuguesas competitivas e atracção de investimento estrangeiro, como a Espanha e Irlanda souberam fazer – Não há social sem uma economia forte!). Numa sociedade que previligie o mérito e a qualidade com coragem, para que quem vem de baixo consiga subir. Numa sociedade que derrube alguns mitos castradores do pós 25 de Abril (ex: legislação laboral completamente desadequada ao séc. XXI, peso excessivo - e errado - dos sindicatos).
Estarei atento à evolução do Sr. Portas.
Em tudo o mais, é um político de excelência, claramente acima da média, muito bem preparado nas mais variadas áreas, passa facilmente a sua mensagem, consegue distinguir o essencial do acessório e, mais importante, vejo-o a defender o meu modelo de sociedade. Só uma nota, para quem o acusa de ser um estratega nato. Têm que convir que, ganhando Sócrates o 2º mandato (como todos esperam que venha a acontecer) Portas podia muito calmamente ter ficado na sombra mais uns 3/4 anos.
Espero que assuma o rumo de uma direita com a qual me identifico e julgo nunca ter tido representação em Portugal, nem mesmo com ele em momento algum no passado. Uma direita liberal moderna, em termos sociais (em que o papel do Estado seja reduzido ao mínimo, exista para quem dele realmente precisa - deficientes, crianças e idosos) e em termos económicos (mercado livre, com redução da carga fiscal sobre quem produz riqueza para criação de empresas portuguesas competitivas e atracção de investimento estrangeiro, como a Espanha e Irlanda souberam fazer – Não há social sem uma economia forte!). Numa sociedade que previligie o mérito e a qualidade com coragem, para que quem vem de baixo consiga subir. Numa sociedade que derrube alguns mitos castradores do pós 25 de Abril (ex: legislação laboral completamente desadequada ao séc. XXI, peso excessivo - e errado - dos sindicatos).
Estarei atento à evolução do Sr. Portas.
21 Comments:
At 1:07 da manhã,
tiroliro007 said…
Subscrevo e também estou entusiasmado com o regresso do portas quanto mais nâo seja para fazer oposição ao sócrates algo que à excepção do jardim não existe.
A propaganda faz deste país uma maravilha que está longe dos problemas que atravessamos.
Quanto ao partido a criar ou a reformular, já não estou tão entusiasmado pois os resultados infelizmente não vão deixar de ser marginais para uma direita que lentamente tem vindo a ser " morta" em termos políticos por uma imprensa muito pouco isenta e na qual pouco me revejo.
At 11:24 da manhã,
Nuno Moraes Bastos said…
Paulo,
Um belíssimo post, a recordar um ou outro do início deste blogue.
Confesso ainda não ter percebido a exacta matriz ideológica de Portas. É, todavia, a única voz de direita à direita.
Comunicador nato, mais do que pensador de excelência, Paulo Portas tem tudo para renovar a política... assim se deixe de politiquices.
Saúdo-o por se ter finalmente assumido como oposição interna, mais do que a inútil e fratricida política de guerrilha que a precedeu. Saúdo-o, ainda que o veja com algumas reservas: conseguirá Portas manter-se fiel a si próprio, e manter fieis os seus hoje egocêntricos acólitos? E que faz Portas ao usar como "muleta" o tipo da juventude popular?
Fica a dúvida, e com o benefício desta a nota de satisfação com o regresso.
At 2:41 da tarde,
Anónimo said…
Para além de se concordar, ou não, com a totalidade das ideias de uma pessoa (se é que isso existe, para além do próprio), é preciso reconhecer a qualidade de uma mente brilhante, e o Paulo Portas é indubitalvelmente, inteligente, esperto e hábil.
Afinal, somos uma país demasiado pequeno, com poucas pessoas capazes, mas nos podermos dar ao luxo de prescindir de um só que seja.
Há pessoas que fazem a diferença e que dão um sopro de ar novo à política: paulo Portas enquadra-se no padrão.
Bem vindo PP à cena.
At 5:31 da tarde,
tiroliro007 said…
Uma pequena provocação a todos.
Se gostamos todos do portas porquê que ele teve um resultado tão miserável nas nas últimas legislativas?
Fizeram como eu e votaram nele? Ou votaram em nome de um voto pseudo útil?
At 8:19 da tarde,
Nuno Moraes Bastos said…
Tiroliro,
No meu círculo eleitoral, é bom que haja mais a pensar em "voto útil" (pseudo ou não)...
Pirata Verde,
Não posso deixar de concordar... Com um lamento: se é verdade que à direita (e no PP) se situa boa parte da inteligentzia de cá do burgo, porquê tanta "trica" de comadres?
At 9:54 da tarde,
Miga said…
Também concordo que é um bom regresso, embora não partilhe muito do vosso entusiasmo. Não gosto particularmente do estilo/maneira de ser dele, mas subscrevo algumas das qualidades que apontaram como comunicador nato, hábil, inteligente.
É, sem dúvida nenhuma, um líder muito mais interventivo e que se faz ouvir, do que o actual líder do CDS-PP. E como nos recordamos ajudou num passado recente a formar Governo, 25 anos após o outro Governo PSD/CDS.
No entanto, não esqueço a "birra" que fez com o Marcelo Rebelo de sousa e rompeu com a AD. E as constantes idas às feiras, mercados... apesar de ser "vistoso", tem o reverso de lhe ser posta a alcunha do "Paulinho das Feiras"...
Paulo, uma ligeira correcção à tua última frase, nomadamente no "Sr. Portas". Eu diria Dr. Portas... é que fez-me lembrar o "outro" que disse há um ano e tal "Sr. Silva"... :)
At 10:40 da tarde,
Anónimo said…
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
At 10:52 da tarde,
Anónimo said…
(o comentário anterior era meu, voltei a escrever Sr. Portas ...)
Tiroliro,
Como sabes, desde que a República me deu a possibilidade de votar, desde os tempos do Sr. Monteiro (desculpa Miga, Dr. Monteiro) que o meu voto está no "suposto" partido de direita que eu gostaria que existisse em Portugal.
NMB,
Não concordo com as tricas de comadres que referes. Essas tricas apareceram recentemente e depois da saída do Dr. Portas. Durante o período de Governo (com Durão e Santana) os ministros CDS/PP tiveram um comportamento exemplar.
Miga,
Só uma pergunta a respeito da tua frase "sem dúvida nenhuma, um líder muito mais interventivo e que se faz ouvir": qual a tua opinião sobre o Dr. Mendes ?
Pirata,
Já pensaste que há pessoas que nem com as suas ideias concordam ?
At 11:05 da tarde,
Anónimo said…
Se há um verdadeiro camaleão na política é o Paulo Portas.
Característica esta que faz dele um génio maior no nosso meio político.
"Pinguim dos Trópicos"
At 9:25 da manhã,
Nuno Moraes Bastos said…
PdT,
Camaleão, a que título?
Que me recorde, Portas sempre se afirmou de direita, primeiro como ideólogo, depois como político.
Tendo em conta a prematura implementação de livre circulação de pessoas entre todos os demais partidos parlamentares, a gincana parlamentar, as promessas demagógicas e contrariadas mais do que incumpridas, será Portas o verdadeiro Camaleão? Não me parece...
At 10:19 da manhã,
Anónimo said…
Para início de comentário,
eis o que PP: faz põem-nos a comentar, desenvolve-nos a vontade de escrever, em súmula põe os nossos neurónios a trabalhar.
Só por isso já vale a pena ele voltar, e com a sua maneira de estar e de ser do Dr. PP, este pode ser um bom tema e um bom fórum.
Respondendo as algumas frases que me saltaram à vista.
Nas legislativas vota-se em partidos (para mim, o líder é essencial), mas votar num partido em que o líder tem um linguajar de MRPP, parece-me um bocado ‘demodé’.
‘Voto útil’, mas que demagogia de políticos oportunistas, o meu voto é único e sempre útil, e não permito que ele se torne inútil só porque um indivíduo que tem um conceito obtuso de democracia (ou se o voto é para ele e é útil ou então …) me diga o contrário.
Mas eu aos seres que não concordam com as suas próprias ideias não chamo pessoas!
Demagogia é a arte de conduzir o povo (já diziam os gregos, os primeiros a falar de democracia), sem conceito de valores (na dita condução). Isto aplicado ao PP é verdade ele é demagogo, o que faz com que ele domine a retórica, e para isso é preciso ter um raciocínio articulado.
Muitas vezes não concordo com ele, mas todos os contrapontos a maiorias para mim é sempre bom. Para haver democracia tem que existir opiniões e maneiras diferentes de ver as questões a resolver, a tão falada e tão pouco aplicada sinergia: o todo é maior que a soma das partes.
Para finalizar, estaremos atentos à evolução do Sr. Dr. Portas.
At 12:03 da tarde,
Nuno Moraes Bastos said…
Pirata Verde,
Mercê do método de Hondt, o CDS-PP não elege mais do que um deputado por acto eleitoral pelo círculo de Setúbal nem que chovam canivetes... E já um é nos dias bons...
At 5:55 da tarde,
Anónimo said…
1) A política é feita por pessoas para pessoas. Mesmo nas legislativas, não entrego o meu voto ao partido x se este não tiver um líder com o qual me identifico. Espero não ter que ser posto à prova nas próximas eleições. Dado o panorama actual julgo que iria para o voto em branco.
2) Discordo também da estratégia do voto útil. Mesmo em círculos eleitorais complicados, se concordamos com o programa, com as ideias do líder do partido (...) o voto não deve ser tacticista, de outro modo condena-se perpetuamente à sombra o partido com o qual nos identificamos.
3) Pinguim,
O passado da grande maioria dos nossos políticos é no mínimo curioso e inconsistente. Aqui o Dr. Portas não deve nada a ninguém.
Queres exemplos? Durão Barroso (MRPP), José Sócrates (JSD/PSD), Mário Lino (PCP, expulso em 1991), Fernando Rosas (PCP e posteriormente MRPP), Zita Seabra (PCP), Freitas do Amaral (Fundador do CDS)
At 6:28 da tarde,
Nuno Moraes Bastos said…
Paulo,
Respeito (mas não percebo) muito impossibilidades matemáticas.
E a matemática diz-te que vitórias morais contam zero (já para não falar da miséria de candidatos que, em distrito mal quisto, o CDS-PP aponta).
Nota final: em momento algum diria subscrever o manifesto ideológico do CDS-PP, algo que nem os próprios sabem definir. Sei apenas que dele me sinto mais próximo que dos demais.
At 10:48 da tarde,
Miga said…
Paulo, comparava o Paulo Portas com o actual líder do CDS-PP.
Quanto ao Marques Mendes não faz realmente uma oposição firme também. Faz-se ouvir (utilizando a mesma expressão) muito pouco, ou, por outras palavras, mostra pouco pulso. Gostei, no entanto, da intervenção dele na campanha do Referendo.
Veremos o que as pessoas pensam deste regresso (estou com curiosidade de ver sondagens), depois destes dois anos "sabáticos".
A terminar penso que o Pirata arrematou bem a questão: Sr. Dr. e não se fala mais nisso.
At 12:04 da manhã,
Anónimo said…
Quando disse que o Dr. Paulo Portas era um camaleão da política, estava a referir-me às várias fases públicas pelas quais o Sr. Dr. passou.
Quando era jornalista, era avesso ao poder; em 1999, já no PP, passou a ser o Paulinho das Feiras, com o discurso direccionado a determinados nichos de eleitores; em 2002 chegou a Ministro de Estado e da Defesa (não conseguindo ser Ministro dos Negócios Estrangeiros)e evidenciou-se com a compra de submarinos, aviões e blindados e um discurso "governamental".
Penso, no entanto, que o percurso fê-lo amadurecer.
Não nego e até reitero que é um político de excepção.
"Pinguim dos Trópicos"
At 10:38 da manhã,
tiroliro007 said…
Infelizmente os factos dão me razão.
Existe muita gente que indepentemente de ideologias se identifica com o brilhantismo do portas mas que infelizmente dá sempre o seu voto aos mesmos partidos. É por essa razão que os partidos do poder são sempre os mesmos. A culpa também é nossa.
O voto útil para mim não faz qualquer sentido. Prefiro votar em convicções, em ideias e em pessoas.
At 11:40 da manhã,
Anónimo said…
Demagogo ou génio?
hábil ou camaleão?
birrento ou interventivo?
vistoso ou 'feirante'?
Certamente não é por acaso que ele é 'padrinho' de um dos 10 maiores portugueses.
Não é para todos :-)
At 4:24 da tarde,
Anónimo said…
Miga,
Bem sei, estava só a sondar a tua opinião sobre a líder (também fraco) do "teu" partido.
Pirata,
A Clara Ferreira Alves e a Odete Santos agradecem o teu elogio ...
Quanto ao problema de fundo concordo com o tiroliro. Tal viu-se nas últimas eleições legislativas, tive muitos amigos meus que detestavam (é o termo exacto, não estou a exagerar) Santana Lopes e votaram nele (ou no PSD, se quiserem). Quando assim é ...
At 11:06 da tarde,
Miga said…
Paulo, e também Tiroliro, nesta questão do voto nas pessoas e não nos partidos que referem discordo um pouco. Nomeadamente, no caso que referiste Paulo, de eleições legislativas.
Independentemente de não gostarmos do candidato a 1º ministro que represente o "nosso" partido, não podemos deixar de votar nesse partido. Afinal é nos partidos que
votamos em eleições legislativas. No caso das autárquicas, com candidatos independentes, ou nas presidenciais, já é diferente.
At 11:19 da manhã,
Anónimo said…
A questão Miga é que para além de teres um Mau 1º Ministro, tens muitos Maus Ministros (não fosse o governo "escolhido" pelo 1º Ministro, ex: Henrique Chaves, Arnaut, Rui Gomes da Silva ...). E ainda que tenhas alguns bons ministros com um 1º Ministro daqueles não há qualidade governativa que aguente.
A democracia não é feita de votos vitalícios e pressupõe que os melhores estejam nos locais de governação ...
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