"Foi mais difícil ser Presidente do que comandante de guerrilha" Xanana Gusmão, in Visão

Achei esta afirmação surpreendente, dita por um dos mais importantes homens do passado recente, e não só, de Timor, talvez o maior rosto da reconquista da independência do País. Um resistente, como é reconhecido por todos. Foi dita no momento em que está a terminar o seu mandato, como sabemos, de Presidente de Timor.

Na passada 2ª feira meio milhão de timorenses foram a votos para escolherem o sucessor de Xanana Gusmão. Neste momento já há a certeza de que se vai realizar uma 2ª volta, com três dos oito candidatos praticamente empatados (Ramos-Horta, 'Lasama' e Francisco Guterres).

Ainda está, portanto, tudo em aberto. No entanto, há dois dados importantes a realçar do quotidiano de Timor:

1. os jovens timorenses já não reconhecem autoridade a Xanana ou Ramos-Horta;
2. há muitos jovens que estão do lado de Alfredo Reinado, mandado capturar por Xanana, com o pormenor de haver muitos miúdos "com corte de cabelo igual ao do ex-comandante".

Estes dados deixam no ar um clima de eminente revolução (encetada por estes jovens), que não augura nada de bom para o futuro deste país onde também se fala português.