
Por falar em ditadores ...
Mahmoud Ahmadinejad já declarou publicamente que "... o meu objectivo é riscar Israel do mapa" e que "... o holocausto judeu foi um mito".
Mahmoud Ahmadinejad desenvolve projectos de energia nuclear violando decisões da Agência Internacional de Energia Nuclear (orgão da ONU) - "O Irão tem o direito inalienável de produzir energia nuclear e vai continuar a fazê-lo, com ou sem a autorização da ONU".
O líder Supremo do Irão, ayatollah Ali Khamenei, garantiu na semana passada que o seu país "irá recorrer a todos os meios para responder às ameaças que pesam sobre si e não hesitará em responder à violência com violência".
Ainda na semana passada, 15 militares britânicos foram detidos pelas tropas iranianas quando navegavam em águas que os iranianos dizem ser suas e que os britânicos garantem que fazem parte das fronteiras do Iraque, onde estão com um mandato das Nações Unidas. Até hoje continuam capturados em território Iraniano.
O diálogo não resulta. Uma invasão está fora de hipótese. E então, o que fazer ? Já agora, e a propósito (também) de grandes líderes, como reagiria Churchill a esta provocação ?
PS - só uma nota final quanto ao passado desse senhor. Foi membro de serviços de espionagem na guerra do Iraque, é acusado de vários assassinatos (nomeadamente ao líder curdo Qassemlou) e de inúmeras perseguições a dissidentes, participou numa das últimas ocupações da embaixada dos EUA em Teerão. Ah, e tem o curso de Engenharia Civil, ...
11 Comments:
At 10:03 da manhã,
Nuno Moraes Bastos said…
Paulo,
Se a invasão está fora de hipóteses (e portanto inexiste a ameaça de qualquer mal "sensível" às turbas), não me parece que negocialmente seja possível obter grandes vitórias diplomáticas.
Não sei como Churchill reagiria mas recordo - ainda - como o fez Tatcher quando invadiram um correspondente (geograficamente distante) às Berlengas.
Como diria Fiúza "Doia a quem doer", mas vão ter de recorrer à via militar. Não me parece que ameaçar com sanções económicas resulte grandemente (ou seja, nos próximos anos) e falar alto em público para pagar um qualquer resgate em privado é um péssimo princípio.
(Sempre actual, sempre conciso, sempre em grande...)
At 12:28 da tarde,
Anónimo said…
NMB,
Apesar de detestar a figura Bush, como concluir então que a alternativa militar no Iraque dos EUA, Inglaterra, Espanha, Polónia, Itália, e outros mais, não foi a mais acertada ?
Quem defendia a via Nações Unidas que perceba agora a completa inutilidade da mesma!
A intervenção do Min. Negócios Estrangeiros do Irão na ONU foi um desrespeito total (do princípio ao fim) pela instituição.
Como lidar com o terrorismo e com as ameaças à paz mundial de autênticos psicóticos senão através da via militar ?
At 5:31 da tarde,
tiroliro007 said…
Bom post Paulo
Os tempos mudaram meus amigos.
Vi uma entrevista do Mahmoud, no 60 minutes, e devo-vos confessar que fiquei impressionado com a inteligência do líder iraniano.
Será a inteligência ao serviço do mal? Este último episódio, na sequência de outros, leva-me a pensar que sim.
Quais as soluções:
1) Uma nova guerra, para a qual o ocidente manifestamente não está pronto, tantas são as frentes de batalha em que está envolvido
2) A ONU que não é respeitada e cujas sanções são meras cócegas nos pés do líder iraniano.
Receio que seja uma "guerra" de paciência, cuja solução não adivinho fácil.
Espero enganar-me.
At 12:29 da tarde,
Nuno Moraes Bastos said…
Caros,
1. O Ocidente não está preparado para mais uma guerra. Aliás, o conforto do progresso económico propicia a impreparação para a guerra (excepto meia dúzia de rednecks dos EUA).
2. Se não se atalhar a progressão do Irão agora, dificilmente conseguirás fazê-lo depois (vd. Coreia do Norte).
3. O excesso de frentes prende-se com o voluntarismo idiota dos norte-americanos. Deves escolher bem os amigos e melhor ainda os inimigos. Para quê atacar Saddam? Para quê ocupar o Afeganistão de forma convencional?
4. A ONU é um acto falhado. Mas é um acto falhado porque ninguém lhe propicia um braço armado. A sua reformulação é, apesar de tudo, indesejável.
5. Os países movem-se por interesse nacional e não por conceitos de bem e de mal. É só ver a linha que - desde 1823 (?) - os EUA seguem com Monroe.
At 1:43 da tarde,
Anónimo said…
O problema dos militares Ingleses no Irão é show off pedagógico Iraniano, é o resultado de uma cultura tipo Salazarista, à lá médio oriente.
Entretem, parece uma mistura de uma novela muculmana com um big brother militar.
A Tv4 ainda há-de aproveitar a ideia!
Apre
At 6:12 da tarde,
Anónimo said…
Tiroliro,
A Europa não está preparada para a guerra, mas eu quero ver a evolução do Irão do Sr. Mahmoud ...
NMB,
Muito boa síntese. Mas discordo nalguns pontos.
Acho que já é tempo de deixarmos de culpar o Sr. Bush por tudo. A União Europeia (mais do que a ONU, que é uma criação histórica com um elevado grau de abstracção) tem fortes responsabilidades nestas matérias e deve começar a assumi-las de forma consistente e pragmática e deixar de se esconder atrás das saias do Sr. Bush! Quanto à Rússia é para esquecer, tratando-se do Irão não vão mexer uma palha ...
Julgo que não devemos culpar um país por defender os seus interesses. Devemos analisar o acto em concreto e concluir ou não pela sua bondade. E não concluir pela sua maldade unicamente por estarem outros interesses um jogo ...
Apre,
Acho que estás muito optimista. Que Alá te ouça ...
At 6:27 da tarde,
Nuno Moraes Bastos said…
Paulo,
Só culpo os EUA enquanto braço armado (o único possível) da ONU...
Também as superpotências têm limites.
At 10:57 da manhã,
Anónimo said…
Isso não corresponde à verdade. As outras grandes potências europeias (Reino Unido, França, Alemanha ...) e não europeias (Rússia, Japão, China, ...) também têm meios capazes.
Estão é sempre à espera, no momento da tomada das decisões difíceis, que os EUA se cheguem à frente. Para além de ser uma medida muito impopular é diplomaticamente muito arriscada.
At 2:53 da tarde,
Anónimo said…
CNN: Marinheiros britânicos vão finalmente ser libertados.
Declarações de Mahmoud: "É uma prenda do Irão".
At 5:32 da tarde,
Nuno Moraes Bastos said…
Paulo,
A capacidade (e tradição) bélica recente dos países que indicas pode ser mais ou menos discutível mas...
Alemanha e Japão!?!? Esses não podem seguramente participar em acções ofensivas contra um qualquer país.
Tiroliro,
Das que se pagam em quê?
At 6:49 da tarde,
Anónimo said…
Concordo que não de forma isolada, mas conjuntamente concerteza ... Aliás o poderio militar só dos países que constituem a União Europeia não é de desprezar ... Haja vontade de ter uma política externa consistente e fundamentalmente coerente!
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