Tertúlia Liberal

Pretende-se REFLECTIR o mundo e a sociedade, com uma nota crítica mas sem pessimismos.

domingo, abril 01, 2007











Por falar em ditadores ...

Mahmoud Ahmadinejad já declarou publicamente que "... o meu objectivo é riscar Israel do mapa" e que "... o holocausto judeu foi um mito".

Mahmoud Ahmadinejad desenvolve projectos de energia nuclear violando decisões da Agência Internacional de Energia Nuclear (orgão da ONU) - "O Irão tem o direito inalienável de produzir energia nuclear e vai continuar a fazê-lo, com ou sem a autorização da ONU".

O líder Supremo do Irão, ayatollah Ali Khamenei, garantiu na semana passada que o seu país "irá recorrer a todos os meios para responder às ameaças que pesam sobre si e não hesitará em responder à violência com violência".

Ainda na semana passada, 15 militares britânicos foram detidos pelas tropas iranianas quando navegavam em águas que os iranianos dizem ser suas e que os britânicos garantem que fazem parte das fronteiras do Iraque, onde estão com um mandato das Nações Unidas. Até hoje continuam capturados em território Iraniano.
O diálogo não resulta. Uma invasão está fora de hipótese. E então, o que fazer ? Já agora, e a propósito (também) de grandes líderes, como reagiria Churchill a esta provocação ?
PS - só uma nota final quanto ao passado desse senhor. Foi membro de serviços de espionagem na guerra do Iraque, é acusado de vários assassinatos (nomeadamente ao líder curdo Qassemlou) e de inúmeras perseguições a dissidentes, participou numa das últimas ocupações da embaixada dos EUA em Teerão. Ah, e tem o curso de Engenharia Civil, ...

11 Comments:

  • At 10:03 da manhã, Blogger Nuno Moraes Bastos said…

    Paulo,

    Se a invasão está fora de hipóteses (e portanto inexiste a ameaça de qualquer mal "sensível" às turbas), não me parece que negocialmente seja possível obter grandes vitórias diplomáticas.

    Não sei como Churchill reagiria mas recordo - ainda - como o fez Tatcher quando invadiram um correspondente (geograficamente distante) às Berlengas.

    Como diria Fiúza "Doia a quem doer", mas vão ter de recorrer à via militar. Não me parece que ameaçar com sanções económicas resulte grandemente (ou seja, nos próximos anos) e falar alto em público para pagar um qualquer resgate em privado é um péssimo princípio.

    (Sempre actual, sempre conciso, sempre em grande...)

     
  • At 12:28 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    NMB,

    Apesar de detestar a figura Bush, como concluir então que a alternativa militar no Iraque dos EUA, Inglaterra, Espanha, Polónia, Itália, e outros mais, não foi a mais acertada ?

    Quem defendia a via Nações Unidas que perceba agora a completa inutilidade da mesma!

    A intervenção do Min. Negócios Estrangeiros do Irão na ONU foi um desrespeito total (do princípio ao fim) pela instituição.

    Como lidar com o terrorismo e com as ameaças à paz mundial de autênticos psicóticos senão através da via militar ?

     
  • At 5:31 da tarde, Blogger tiroliro007 said…

    Bom post Paulo
    Os tempos mudaram meus amigos.
    Vi uma entrevista do Mahmoud, no 60 minutes, e devo-vos confessar que fiquei impressionado com a inteligência do líder iraniano.
    Será a inteligência ao serviço do mal? Este último episódio, na sequência de outros, leva-me a pensar que sim.
    Quais as soluções:
    1) Uma nova guerra, para a qual o ocidente manifestamente não está pronto, tantas são as frentes de batalha em que está envolvido
    2) A ONU que não é respeitada e cujas sanções são meras cócegas nos pés do líder iraniano.
    Receio que seja uma "guerra" de paciência, cuja solução não adivinho fácil.
    Espero enganar-me.

     
  • At 12:29 da tarde, Blogger Nuno Moraes Bastos said…

    Caros,

    1. O Ocidente não está preparado para mais uma guerra. Aliás, o conforto do progresso económico propicia a impreparação para a guerra (excepto meia dúzia de rednecks dos EUA).

    2. Se não se atalhar a progressão do Irão agora, dificilmente conseguirás fazê-lo depois (vd. Coreia do Norte).

    3. O excesso de frentes prende-se com o voluntarismo idiota dos norte-americanos. Deves escolher bem os amigos e melhor ainda os inimigos. Para quê atacar Saddam? Para quê ocupar o Afeganistão de forma convencional?

    4. A ONU é um acto falhado. Mas é um acto falhado porque ninguém lhe propicia um braço armado. A sua reformulação é, apesar de tudo, indesejável.

    5. Os países movem-se por interesse nacional e não por conceitos de bem e de mal. É só ver a linha que - desde 1823 (?) - os EUA seguem com Monroe.

     
  • At 1:43 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    O problema dos militares Ingleses no Irão é show off pedagógico Iraniano, é o resultado de uma cultura tipo Salazarista, à lá médio oriente.
    Entretem, parece uma mistura de uma novela muculmana com um big brother militar.
    A Tv4 ainda há-de aproveitar a ideia!
    Apre

     
  • At 6:12 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Tiroliro,
    A Europa não está preparada para a guerra, mas eu quero ver a evolução do Irão do Sr. Mahmoud ...

    NMB,
    Muito boa síntese. Mas discordo nalguns pontos.

    Acho que já é tempo de deixarmos de culpar o Sr. Bush por tudo. A União Europeia (mais do que a ONU, que é uma criação histórica com um elevado grau de abstracção) tem fortes responsabilidades nestas matérias e deve começar a assumi-las de forma consistente e pragmática e deixar de se esconder atrás das saias do Sr. Bush! Quanto à Rússia é para esquecer, tratando-se do Irão não vão mexer uma palha ...

    Julgo que não devemos culpar um país por defender os seus interesses. Devemos analisar o acto em concreto e concluir ou não pela sua bondade. E não concluir pela sua maldade unicamente por estarem outros interesses um jogo ...

    Apre,
    Acho que estás muito optimista. Que Alá te ouça ...

     
  • At 6:27 da tarde, Blogger Nuno Moraes Bastos said…

    Paulo,

    Só culpo os EUA enquanto braço armado (o único possível) da ONU...

    Também as superpotências têm limites.

     
  • At 10:57 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    Isso não corresponde à verdade. As outras grandes potências europeias (Reino Unido, França, Alemanha ...) e não europeias (Rússia, Japão, China, ...) também têm meios capazes.

    Estão é sempre à espera, no momento da tomada das decisões difíceis, que os EUA se cheguem à frente. Para além de ser uma medida muito impopular é diplomaticamente muito arriscada.

     
  • At 2:53 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    CNN: Marinheiros britânicos vão finalmente ser libertados.

    Declarações de Mahmoud: "É uma prenda do Irão".

     
  • At 5:32 da tarde, Blogger Nuno Moraes Bastos said…

    Paulo,

    A capacidade (e tradição) bélica recente dos países que indicas pode ser mais ou menos discutível mas...

    Alemanha e Japão!?!? Esses não podem seguramente participar em acções ofensivas contra um qualquer país.

    Tiroliro,

    Das que se pagam em quê?

     
  • At 6:49 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Concordo que não de forma isolada, mas conjuntamente concerteza ... Aliás o poderio militar só dos países que constituem a União Europeia não é de desprezar ... Haja vontade de ter uma política externa consistente e fundamentalmente coerente!

     

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