Tertúlia Liberal

Pretende-se REFLECTIR o mundo e a sociedade, com uma nota crítica mas sem pessimismos.

segunda-feira, maio 14, 2007

Os media e a política

Antes demais, peço-vos desculpa por voltar a tocar neste tema, mas considero-o de vital importância. Não é por acaso que nos anos 30, quando os nacionais socialistas tomaram o poder na Alemanha fizeram emergir pessoas directamente relacionadas com esta área da propaganda e da comunicação social (Joseph Goebbels e Leni Riefensthal são apenas dois exemplos).
Começa pelo tratamento que é dado a Hitler e a Estaline. Dois loucos que tiveram um profundo desprezo pela vida humana e que cometeram as maiores atrocidades dos tempos modernos. Posto isto, se fosse feita uma sondagem, aposto que 80 a 90% dos jovens nem saberiam quem foi Estaline. Sobre Hitler, estou certo que teriam uma ideia formada, tal é a informação a que tem acesso, queiram ou não.
Focando a actualidade, o tratamento que é dado, nos media, aos movimentos de extrema direita e de extrema esquerda é profundamente diferente.
Os movimentos anti-globalização além de violentos, são representados por jovens com aspecto sujo, drogado e que gostam de passar uma imagem de viver à margem da sociedade. A imprensa, sempre misericordiosa com esta gente, classifica-os como defensores do ambiente (até o serão porque desde logo não tomam banho nem usam desodorizantes), defensores dos oprimidos e contra o capitalismo selvagem. A violência, aos olhos desta imprensa, tem justificação.
Na noite da eleição de Sarko, e depois das palavras da bela Segoléne, logo se levantaram um bando de marginais, colocando em causa um resultado democrático. A imprensa, como é seu timbre pega nas palavras de Sarko, onde classificou esta gente de “escumalha”, para desculpar os actos dos meninos. Coitados, foram provocados, com a derrota eleitoral.
Com esta liberdade de imprensa, quem precisa de Censura. O lápis azul da ditadura não faria melhor.

4 Comments:

  • At 9:33 da manhã, Blogger Nuno Moraes Bastos said…

    Tiroliro,

    Noutra perspectiva:

    Já reparaste como ser intelectual é defender uma esquerda mais burguesa do que tu ou eu? Já reparaste como ser democrata é admitir movimentos de extrema esquerda e ameaçar com a extinção quaisquer assomos de extrema direita? Ou como a democrática constituição fala em socialismo, mas proíbe a extrema direita ainda que comporte (e bem) nas suas bancadas a esquerda que, de extrema, se quis totalitária?

    Não é um problema global mas local. A comunicação social é - goste-se ou não - um reflexo de uma determinada perspectiva política e, em Portugal, a comunicação social expressiva é de esquerda.

     
  • At 12:07 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    A diferença de tratamento na comunicação social dos dois extremos é evidente. Basta recordar o pouco eco que foi dado à violência no dia 1 de Maio em Lisboa (encapuçados com cocktails molotov) comparado com um mero cartaz do PNR (aliás, aqui mesmo fortemente atacado).

    Na minha opinião, em Portugal continuamos a viver os mitos do Antigo Regime/25 de Abril de forma muito intensa talvez só comparado com os resultantes do Maio de 68 em França. A diferença é que em França já existe com relevante representatividade um partido de extrema direita (Frente Nacional) e têm agora um governo de ideologia clara de direita.

    Não sou um defensor da extrema direita, mas não entendo porque em Portugal ela não pode existir (pacificamente) juntamente com a extrema esquerda!

     
  • At 10:28 da tarde, Blogger tiroliro007 said…

    A constituição tem na sua génese o 25/4 e portanto representa os arautos da pseudo liberdade.
    A vergonha da constituição inicial tem vindo a ser corrigida, felizmente.
    Como diz o Paulo, é uma questão de tempo, ainda que nós, talvez, não estejamos cá para ver.
    Quando os fósseis começarem a bater a bota, pode ser que a democracia seja definitivamente o melhor sistema para vivermos.

     
  • At 9:39 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    Estou de acordo contigo, Tiroliro.

    Já temos criticado aqui no blog, noutros planos, o papel da imprensa, e é justo fazê-lo também na política.

    O caso que apontas dos tais jovens, marginais, responsáveis pelos inúmeros actos violentos no âmbito de movimentos anti-globalização é elucidativo. Para a imprensa, estes jovens são postos à margem da sociedade, quando na esmagadora maioria dos casos são eles próprios que se querem colocar à margem dela.

    Sobre as declarações do Sarko, embora tendo sido um tanto ou quanto ofensivas, acabaram por ser mais do que comprovadas por esses "meninos". Penso, no entanto, que é caso para dizer que não perdem pela demora...

     

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