Tertúlia Liberal

Pretende-se REFLECTIR o mundo e a sociedade, com uma nota crítica mas sem pessimismos.

quarta-feira, dezembro 21, 2005

GRANDE NOITE!!!

Ontem era uma noite especial, debate Cavaco/Soares e jogo do Sporting. Estava nervoso, não sei se por causa do debate, se por causa do Sporting, provavelmente das duas coisas (as mulheres deleitavam-se com o último episódio de uma telenovela qualquer, que ser estranho ...).

Quanto ao debate, não tenho dúvidas, Cavaco vai ganhar as eleições à primeira volta e Soares poderá até ter perdido a disputa com Alegre. Com golpes muito baixos e num tom muito arrogante e mal educado, o povo português não o vai perdoar no dia 22/01/2006. Cavaco quase brilhante, só ele expôs ideias ao país e com um nível e classe sublimes não se deixando levar pela falta de educação do Soares.

Acabou o debate e suspirei de alívio. Soares nunca mais. Ia mudando para a Sporttv e o meu Sporting fazia o melhor jogo desta época. Liedson volta aos velhos tempos. Polga deu as fífias do costume. Rogério deixa saudades em Alvalade, bom jogador e grande homem. Felicidades.

Grande noite!

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Já o antecipara em post anterior: Beto e Bento em rota de colisão

A não convocação de Beto em detrimento de... Semedo... não pode deixar de merecer tal entendimento.

Tenho pena que a maturidade de um jogador com idade para ter juízo não lhe tenha permitido distinguir os objectivos (como fez Sá Pinto, por contraposição a Barbosa), ou os bons conselhos dos cantos da sereia (não sei - neste particular - se Barbosa está inocente).

Mais do que isso, não sei que parte da responsabilidade de usar a braçadeira de capitão é que Beto não percebeu: o episódio Custódio, ainda que com culpas (e - consta! - ambições pessoais) partilhadas é disso exemplo.

O que não podemos fingir não perceber é que (i) a saír, Beto não sai por dinheiro (apenas) e (ii) não sendo convocado, não é seguramente porque Semedo (em quem tenho esperança) o ultrapassa em qualidade técnica e táctica.

Contradição das contradições: por troca com Hugo (muito bom rapaz, mas azarado).
Contradição das contradições: mantendo Polga em campo.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Ontem assistimos a um dos debates mais esperados nesta campanha. Uma espécie de tira-teimas dentro do PS. O que vimos foi um Mário Soares mal criado e um Manuel Alegre muito mal preparado. Defender a utilização da "bomba atómica" caso o Governo venha a privatizar as águas não cabe na cabeça de ninguém. Mário Soares, num tom de autoridade papal e meio recostado na cadeira (quase a cair), tentou encostar Manuel Alegre a um canto com perguntas de direito constitutcional e a verdade é que este foi na cantiga de Soares.
Quanto a ideias, zero. Ás tantas é o próprio Mário Soares que diz a propósito da Justiça "só estamos a dizer banalidades" e Miguel Sousa Tavares, em defesa do seu trabalho e de Constança Cunha e Sá, responde "pois é, mas a culpa não é nossa"!

Aguardo com expectativa pelo debate Cavaco-Soares.

terça-feira, dezembro 13, 2005

Constato com uma certa pena a anunciada saída de Beto.

É certo que esta tem sido - ano após ano - a notícia do defeso, mas a insistência dos media (estão todos de acordo nisto) e o visível mal estar do jogador após a saída de Barbosa deixam antever o pior: Beto de saída para o futebol turco.

A segunda má notícia (propalada no site MaisFutebol) é de que - onde é que já ouvimos isto - a cláusula de opção terá sido contestada pelo jogador, aparentemente com base na não previsão de quantum remuneratório (que em Alvalade se pretende ver reduzido). Constitui esta referência (verdadeira ou não) uma segunda achega à especialização na advocacia...
Verdadeiramente épica é, não a noite europeia do Benfica (estou em crer, aliás, que o singular está bem aplicado) mas a "estadia" de Moniz Pereira no Sporting, e o seu inestimável contributo para o desporto português.

A bem de um ecletismo que espero não ver desaparecer, e ainda que discorde de alguns entendimentos por si expressos, recomendo a leitura da entrevista hoje concedida ao Record.

Moniz Pereira já merecia outro tipo de destaque que a imprensa, também desportiva, não lhe tem concedido.

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Abro aqui uma excepção neste blogue de pendor assumidamente leonino para dar os parabéns aos meus vários amigos benfiquistas (alguns particpantes no blogue, outros meros leitores do mesmo) pela magnífica vitória do SLB ante o Man. United.

De nada valem os argumentos do tipo: "o Man. United em 6 jogos só venceu 1 vez, e até foi com o SLB". O SLB venceu, o ambiente do estádio sentia-se no sofá da minha sala e foi uma noite épica para o clube da Luz.

Parabéns!Viva Portugal!

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Recomendação

Recomendo a leitura da coluna de Simon Heffer, intitulada "Heath copied Labour - and look what happened" hoje publicada online no Daily Telegraph (www.opinion.telegraph.co.uk).

Creio que se mudássemos o nome, poderíamos estar perante uma crónica escrita sobre a nossa situação actual.

Boa leitura!
Mário Soares – revisited (parte 44)

Começa a ser repetitivo, e em nada acrescenta ao que aqui temos dito.

Que Mário Soares se julgava “dono do mundo”, muitas dúvidas não restariam.
Que Mário Soares, por vezes, se deixava toldar na sua lucidez política, não é caso virgem.
Que Mário Soares fosse, amiúde, insolente (para não dizer mais), não se estranha.

Agora que tivesse perdido as suas (eventuais) qualidades políticas e – ainda assim – tenha tido força para se impor, é um pouco excessivo.

Os comentários de Mário Soares ao debate televisivo entre Cavaco Silva e Manuel Alegre foram descorteses, despropositados e desprovidos de qualquer conteúdo político. Serão estes os três “dês” que Mário Soares ora defende?
O debate

Decorreu há dias o debate entre Cavaco Silva e Manuel Alegre.

De forma não inteiramente inesperada, a prestação de Cavaco Silva foi pouco inspirada e não muito inspiradora, ainda que provida de bom senso na abordagem e acerto no (pouco) conteúdo.

Para grande surpresa minha, Manuel Alegre teve uma abordagem estrategicamente acertada, e revelou um bom senso que o homem comum – a avaliar pelas suas declarações públicas anteriores à campanha e, em particular nos vários 25 de Abril – nunca lhe advinharia.

Fico confortável por saber que, ainda com perspectivas opostas e prioridades distintas, estes candidatos são patriotas. Com sorte, o ímpeto iberista do governo é “travado” atempadamente.
A direita e as direitas

O ensurdecedor silêncio com que algumas direitas têm brindado o discurso e a campanha de Cavaco Silva não deixa de ser, no mínimo, discutível.

Confesso nunca ter percebido – sobretudo nesta campanha – se Cavaco Silva era um social democrata genuíno, ou um liberal em versão “português suave”, por forma a conquistar votos ao centro.

Confesso, igualmente, que o discurso de Cavaco Silva nunca satisfez – pela falta de profundidade, como pela própria qualidade discursiva – uma direita genuína.

Certo é que é, dos candidatos reais, um mal menor.
Assim sendo, como entender o silêncio com que algumas direitas o têm brindado?

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Antevisão

Aproxima-se o jogo por que todos esperamos. Porto e Sporting vão defrontar-se para a Liga, num momento em que estem - mesmo sem jogar bem - recuperou a combatividade, e em que o primeiro está num superior momento de forma.

O que espero. Ainda que não seja o típico de Paulo Bento, espero marcações à zona. Homens como Lucho ou Quaresma não são marcados homem a homem... e adjudicar dois jogadores para cada um destes deixa-nos desiquilibrados.

Temo, pela inclusão de Tello, que Quaresma faça o jogo da vida dele. Temo, pela fragilidade ofensiva, que o Sporting fique em branco no marcador.

Apraz-me, todavia, registar duas coisas: (i) a presença ao comando do Sporting de um treinador que realmente comanda a equipa, de um treinador que não cede perante o seu melhor jogador e, por outro lado, (ii) que as principais equipas do encontro (como aliás em qualquer encontro entre grandes) são filhos da mesma casa. Prova última de que o projecto Roquette está sólido e tem mérito.

Oxalá eu me engane!
Uma nação faz-se de pequenas coisas, muitas delas simbólicas e desprovidas de tradução real.

Ontem cumpriu-se mais um ano de sentir português, mais um ano de arrojo, portugalidade e (ainda) independência.

Surpreendentemente, cumpriu-se mais um ano de silêncio das actuais cúpulas políticas.

Quando (i) a prioridade é discutir projectos, por sinal duvidosos, e não o conceito e estratégia a levar a cabo por Portugal, quando (ii) a prioridade macroecnómica passa por vender Portugal a Espanha (ao que consta a preço de saldos) sem escolha, nem critério, já não podemos estranhar o silêncio - ainda que disfarçado - com que a classe política brindou o 1º de Dezembro.

Aos que procuram dar o sistema bancário e o aparelho produtivo a Espanha, aos que faltam com os parceiros para entregar a GALP sabe-se a quem, não se estranha o esquecimento.

Por mim, não esqueço. Viva Portugal!