Tertúlia Liberal

Pretende-se REFLECTIR o mundo e a sociedade, com uma nota crítica mas sem pessimismos.

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Limito-me a citar uma interrogação de Pedro Barbosa, que como tantos Sportinguistas, ainda que menos desinteressadamente formulou a pergunta: "Porque ficou Meireles?"

"Não entendo como é que, hoje em dia, um dos rostos da administração tenha estado presente na remodelação técnica e directiva e se mantenha após a entrada do Paulo Bento e dos outros. Falo do dr. Rui Meireles. Não consigo perceber como é que os outros saem e ele se mantém. Tenho muita dificuldade em perceber a quê ou a quem ele está agarrado", Pedro Barbosa citado em O Jogo de hoje, 30 de Janeiro de 2006.
Fui poucas vezes ao Estádio da Luz assistir a um Benfica/Sporting. Pelo contrário, assisti a quase todos os Sporting/Benfica dos últimos 20 anos. Um grande amigo meu ofereceu-me um bilhete, depois do Sporting/Marítimo em Alvalade e eu não hesitei: "Vamos!". Nada estava do nosso lado, o Benfica vinha de 9 vitórias consecutivas, jogava em casa, o Sporting estava a 9 pontos do 1º, vinha de um empate em casa com o Marítimo. Ainda assim, não sei porquê, decidi arriscar. Ou melhor acho que sei.
Há uma imagem (com som!) que me fica da maioria dos Sporting/Benfica dos últimos 20 anos, a claque do Benfica em plena euforia a festejar os golos da sua equipa, e principalmente o apito final do árbitro, num estádio completamente cheio de sportinguistas mas frio e calado. No Sábado à noite vivi o sentimento inverso.

E que bom que foi !!!

PS - juro que, no momento da decisão, não fazia ideia que o Koeman iria utilizar o Nélson a lateral esquerdo e tentar combater os 4 meio-campistas do Sporting apenas com Petit e Beto.

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Hoje vem anunciada na imprensa desportiva a contratação do espanhol Koke para o Sporting.

Não sei porquê mas lembrei-me logo do espanhol Tote que há uns anos representou o Benfica.
E se Manuel Alegre, como parece sugerir Helena Roseta, decidisse "criar" um grupo parlamentar próprio (com os deputados apoiantes da sua candidatura) e o PS por essa via perdesse a maioria absoluta que tem na Assembleia da República ?

Garanto-vos que não é um desejo. O valor estabilidade é bem mais importante.

terça-feira, janeiro 24, 2006

Cavaco Silva é o novo Presidente da República. Foi uma vitória de Cavaco Silva, não do PSD ou do CDS/PP. Apresentou a sua candidatura, nunca insultou nenhum candidato e com grande dignidade ganhou as eleições contra 5 candidatos.
Foi uma vitória tangencial? Não. Foi uma grande vitória. Ganhou à 1ª volta contra cinco candidaturas, cujo único objectivo principal, desde o início, era a sua derrota, ficando em 1º em todos os distritos do país, à excepção de Beja.
Foi uma derrota para o PS ? Foi. O PS tinha um candidato, Manuel Alegre, deu o dito pelo não dito, escolheu um outro candidato que ficou a mais de 7% de Manuel Alegre e a mais de 35% de Cavaco Silva. Foi um erro político. Sócrates escusava ainda de ter feito o número na noite das eleições de "passar por cima" da declaração de Alegre.
Foi uma derrota pessoal para Mário Soares ? Foi. Mário Soares nunca fez uma campanha pela positiva e com a elevação que a sua história política exigia. O resultado podia ser irrelevante se tivesse tido uma postura de ex-Chefe de Estado e "Senador", mas não, preferiu seguir uma linha de ataques sucessivos a Cavaco Silva (e a Manuel Alegre), esperando que os valores das sondagens se alterassem por essa via ("1986" não se repetiu ...).

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Em post autónomo, porque exterior às eleições, não queria deixar de saudar o grupo PSA pelo brilhantismo de um slogan que surge apropriado à actuação de Sócrates: "A inveja é uma coisa muito feia!".

A verdade é que a Sócrates reconhecemos ontem o apoio comovido (os homens também choram, não é Senhor Engenheiro?), coxo (até é fino ser de esquerda e ir à neve, sobretudo à estância mais cara da Europa..), incondicional (afinal de contas, até lhe convinha ter uma pá à mão para enterrar o soarismo e controlar de vez o partido) e... intempestivo (não obstante as estonteantes duas ou três vezes em que o vimos)... a Soares.

Reconhecemos também a fineza de trato que foi interromper a comunicação do único colega de bancada que fez alguma coisa de útil na campanha... Seria injusto não o fazer.

Finalmente, e ainda que nem sempre esclarecidos, reconhecemos (penhoradamente agradecidos) ao Secretário Geral do PS a pobreza franciscana com que votou o seu gabinete. Então não é que eram os únicos que não tinham uma televisão ou um rádio por perto para saber que Alegre discursava? Pobrezinhos...

Só de pensar que alguns mal intencionados acharam que tinha sido um misto de mau perder falta de nível...

As injustiças que derivam da política...
E lá se votou...

O que resultou das eleições foi a eleição de um candidato desinspirado e desinspirador mas que, sobretudo em Portugal, beneficia de três créditos: (i) sabe fazer contas (senão, exportávamos o candidato para a ONU), (ii) percebe de economia (senão já estava numa qualquer empresa pública, só para não maçar) e (iii) é sério, honesto e trabalhador (qualidades humanas que, pelo menos conjugadas, não parecem fazer parte do léxico de muito candidato).

O que resultou das eleições foi que a repetição de palavras de direita, por parte de um candidato de esquerda, pior, de uma esquerda saudosista e devidamente munida de uma bela barba jacobina deram a uma candidatura votada ao fracasso uma projecção inusitada. Menos mal, porque ainda que má, nada excedia o terceiro candidato.

De Soares retivemos sobretudo três coisas: (i) tem mau sentido de timming (e o timming, também na política, é tudo!), (ii) deixa a imagem de candidato perdedor e com mau perder (a omissão de Alegre no discurso está quase ao nível da sua saída do Parlamento Europeu) e (iii) pelo menos desta vez, não violou a lei eleitoral. Felizmente, e menos que descubra o elixir da eterna juventude, foi a sua última candidatura.

A Jerónimo reconheço a inadequação das ideias e a genuinidade do pensamento. Pouco tenho a criticar, já que até gosto de museus de história natural e que, pelo menos, não prega pelos pobres através da janela de um BMW.

Ficam Louçã e Garcia Pereira, os candidatos que lutam pelos desfavorecidos (de estimação) mas que vivem onde eu gostava de viver, conduzem o carro que eu gostava de conduzir, e trabalham o número de horas que eu gostava de trabalhar. Mas a esquerda apenas postula a titularidade colectiva dos meios de produção? Certo. Mas pelo menos não finjam que se preocupam. Do mal o menos, Garcia Pereira foi o único candidato de esquerda que manteve (a par do idealismo, que até nem é defeito) uma noção clara do que se estava a passar, e da hecatombe que pairava sobre as esquerdas.

Não sei se conscientemente, mas o povo que a esquerda diz apenas seu não se enganou.

sexta-feira, janeiro 20, 2006

A vida não anda fácil para estes lados. Meti na cabeça que sou um tipo de direita/liberal e isto dá muito trabalho. É muito mais fácil ser um tipo cool de esquerda, sem preocupações na vida.

A campanha está a terminar. Um balanço ? Muito fraquinha. Sem grandes ideias ou rasgos de qualquer candidato. Fica marcada por algumas actuações menos próprias como as de alguns ministros que resolveram atacar o candidato Cavaco Silva, pelas sucessivas gaffes de Soares, pela utilização repetida das palavras "coragem", "bravura" e "pátria" por parte de Manuel Alegre, pela simpatia sempre contagiante de Jerónimo (desta vez não dançou!) e pelo sempre divertido Louçã (a malta dos charros não percebe nada mesmo ...).

Agora é (votar e) aguardar ...

segunda-feira, janeiro 16, 2006

A nomenklatura e a democracia

Do mesmo modo como desconfiava dos que entendiam a democracia dispensável, sempre sobre pretexto da salvaguarda do interesse "do povo", desconfio sempre das exacerbadas defesas do "interesse do Sporting", sobretudo se precedidas e/ou acompanhadas de alguma arrogância.

Em duas palavras, dos candidatos que se perfilam ou perfilaram, e sem olhar a projectos, Soares Franco seria a escolha menos má: Dias Ferreira tem têmpera excessiva, Guilherme Lemos é (mais um) que se tornou conhecido após a candidatura e Ernesto Ferreira da Silva, não obstante a importância de se chamar como se chama, é de um cinzentismo assinalável.

Contudo, não me esqueci, nem ninguém com dois dedos de testa se poderá ter esquecido, das declarações de Soares Franco, então numa política de "best friends" com Dias da Cunha, a afirmar que o Sporting não era dos sócios mas de quem detinha capital. Não renegando as minhas convicções pessoais, nem com isso afirmando qualquer ingenuidade pessoal, não me vejo como cliente do Sporting, como dono de uma parte deste mercê das minhas miseráveis acções na SAD, mas como sócio de há uns anos (tantos quantos os que pude pagar) e simpatizante de toda a vida.

Do mesmo modo, não me esqueci, nem nos foi explicada, a ruptura entre Soares Franco e Dias da Cunha, termos em que porventura conviria apurar se foram motivos conjunturais (do género, "não gosto do Peseiro!"), em que se apontaria leviandade ao ora candidato ou estruturais (do género, "não concordo com os processos de decisão apesar de agora em pouco diferir de Dias da Cunha"), em que se diria faltar sinceridade ao candidato.

Do mesmo modo como não percebo como se passa do "Não daria para presidente do Sporting porque tenho pouca sensibilidade para o ecletismo" para o "Aprovem o meu projecto, ou em alternativa gerem uma crise directiva a meio da época, e assim condicionem os demais, porque isso é que é democrático?"

Gostava que todos ou algum dos candidatos me dissessem o que pretendem para o Sporting!
  • Manter uma equipa de miúdos, dos quais a maior parte não tem tem talento, mas sózinhos não têm nem barba bem estaleca para uma equipa que luta pelo título ou investir num ou outro?
  • Manter o ecletismo ou disfarçar a vontade de apostar todas as fichas no mesmo número assim que Moniz Pereira (venha longe o dia!) deixe o clube?
  • Vender o Clube às fatias, em sale and leasebacks faseados ou rentabilizar os espaços construídos?
  • Apostar em jogadores portugueses ou estrangeiros, ou simplesmente em jogadores "baratinhos" que depois não dão?
  • Apostar em África ou deixar esse mercado aos Clubes franceses, aliás em exclusivo?
  • Continuar a importar telenovelas brasileiras, de má qualidade, por desiquilibrio de nacionalidades na constituição dos planteis?
  • Transformar os núcleos num sítio onde se vai uma vez por ano a um jantar ou convertê-los em centros de sportinguismo e ligação ao clube, em olheiros e angariadores locais?
  • Ignorar as filiais (como se fez com o Farense, onde Benfica e Porto sempre perdiam) enquanto se olha para mais umas festas com fogo de artifício e poleiros para os amigos?
  • Ignorar os diferentes protocolos celebrados com portentos do futebol como o Cerro Corá ou o WAC ou repensar esta política a sério?
  • Fomentar a disciplina, sobretudo com os mais antigos ou enxotar jogadores úteis ao Sporting e necessários à identidade entre sócios e equipa?
Palavra... Não fosse a ausência de alternativas, não fosse este um país com um jornalismo sofrível, e os candidatos eram outros, as perguntas as indicadas supra.

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Recomendo leitura de artigo de Rui Ramos no Diário Económico. Brilhante!
Já há tempos que se fala em surdina em sectores liberais da nossa sociedade, e finalmente a questão é colocada em cima da mesa: porque não debater o recurso à energia nuclear?

Em Dezembro, alguém aparentemente especialista na matéria elencava na Atlântico as vantagens que este recurso representa além fronteiras, manifestando incompreensão pela rejeição que - em Portugal - a matéria tem merecido.

Cavaco Silva colocou a questão - como questão, não como decisão, em cima da mesa.

Desconheço (ainda) elementos fundamentais para proferir opinião sobre a matéria, mas não posso deixar de o tomar por opção. Sobretudo, porque os factos têm vindo a apresentar-se como evidentes...

Há anos, não se prosseguiu com ligação à Argélia, via Cadiz (ou outra localidade qualquer no Sul de Espanha), para o gás natural. A opção natural foi: ir buscar energia por via marítima.

Nas últimas semanas, a Rússia resolveu fechar "as torneiras"e uma boa parte da Europa tremeu por recear falta de energia. A opção natural foi: pressionar diplomaticamente e ponderar o nuclear.

Portugal é altamente deficitário do ponto de vista energético, e não se prevê equilíbrio para breve.

Por cá? Além dos silêncios de Cavaco, da sua virude ou não como governante, do tão apetecível ajuste de contas entre as esquerdas, nada mais se tem ouvido. bem diz o outro... Cada um tem o que merece.

A conversão custa dinheiro? Discutir não...
Variando um pouco de objecto, com prévio consentimento do meu comparsa Paulo, deixo-vos como sugestões:

Vinho: Quinta dos Carvalhais, tinto, 2002 ou Quinta das Baceladas, 2000, este último muito fácil, ideal para neófitos ou Senhoras.

Música: Narcotango, uma espécie de Piazzola com música electrónica... Espetacular. Sygur Ros, album Takk (seja lá qual for a grafia correcta)

Estejam à vontade para contribuirem com comentários...

terça-feira, janeiro 10, 2006

Eu detesto ter razão antes de tempo, principamente quando é contra o meu Sporting, mas:

1) Wender não é um mau jogador e não teve as oportunidades devidas (fez 2 jogos a titular desde Setembro);
2) O problema do Sporting não estava no seu treinador, mas sim na qualidade dos seus dirigentes e jogadores (mesmo após a “chicotada psicológica” - JP: 12 pts. em 7 jogos; PB: 18 pts. em 10 jogos);
3) A indisciplina mantém-se com Paulo Bento;
4) Como é possível ninguém da SAD lembrar-se, estando ainda a decorrer o período de transferências, celebrar o contrato de empréstimo do Wender a produzir efeitos apenas após o jogo com o Braga ?
5) Lembram-se dos lenços (e dos lençóis) brancos ?

A paixão exacerbada e descontrolada dos adeptos do Sporting prejudicam o Clube e aproveitam os verdadeiros incompetentes.

segunda-feira, janeiro 02, 2006

A todos os que nos acompanham e participam neste blog, um ano leonino e eleitoralmente generoso para a direita!