Tertúlia Liberal

Pretende-se REFLECTIR o mundo e a sociedade, com uma nota crítica mas sem pessimismos.

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Sempre detestei esta coisa de procurar verdades no futebol através da matemática. Neste caso, foi mesmo o inverso. É visível para qualquer um que o Sporting marca poucos golos (especialmente na Liga dos Campeões e no campeonato) e fui ver os números. Não deixei de ficar surpreendido com o cenário desolador:

1) O Sporting das 32 equipas participantes na Liga dos Campeões nesta época ficou-se pelo 31º lugar em número de golos marcados (só à frente do Levski que tem 6 derrotas nos 6 jogos, 1 golo marcado e 17 sofridos);

2) No campeonato tem menos 14 golos marcados que o Porto e 10 que o Benfica;

3) Das vitórias (11) conseguidas pelo Sporting 6 (+- 55%) foram pela diferença de 1 golo;

4) O Porto tem apenas 33% das suas vitórias pela margem mínima (tem 4 vitórias pela diferença de 3 golos), enquanto o Benfica apenas 25% (com 5 vitórias pela diferença de 2 golos).

Impressionante registo! E o campeonato ainda vai a pouco mais de meio …

sábado, fevereiro 24, 2007


Era uma questão de tempo! O Bloco de Esquerda sem nunca ter assumido qualquer cargo executivo podia dar-se ao luxo de fazer política demagógica, gritar bem alto por princípios e convicções do seu cantinho político.

Pois é, teve a sorte ou o mérito (ou talvez o azar!) de eleger uma ilustre senhora (a Anita, como é carinhosamente tratada no partido) para Presidente de Câmara de Salvaterra de Magos nas últimas (recentes) eleições autárquicas. E não é que a senhora (a única Presidente de Câmara eleita pelo BE) foi constituída arguida em dois processos judiciais por eventuais irregularidades em processos de licenciamento ?!?

E agora Sr. Louçã ? Onde está o seu discurso altivo e acertivo contra a corrupção e os malfeitores locais (ex: Avelino Ferreira Torres, Isaltino Morais, Valentim Loureiro, Fátima Felgueiras, ...) ?

Pois é, Sr. Louçã (Sr. Rosas, ...)! Bem vindo ao mundo da política. É um mundo tramado ...

PS – não pretendo com este post condenar antecipadamente a Sra. Ana Ribeiro. A arguida goza de presunção de inocência até o processo transitar em julgado. É pena que só agora o Sr. Louçã o tenha que afirmar publicamente, como já o fez timidamente, e antes o tenha ignorado em situações idênticas.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Uma visita ao dragão

Meus amigos, ontem desloquei me pela terceira vez ao dragão, estádio que entre os que conheço em Portugal é manifestamente o mais bonito.
Sendo eu adepto confesso e doente do Sporting quais as razões para ir ver o Porto:
1) Antes de mais o meu clube não me proporciona estes jogos em fases avançadas das competições europeias, pois ou é prematuramente eliminado ou quando chega lá perto, fica naquilo a que nos vamos habituando do quase …
2) O Porto, na pessoa dos seus dirigentes, adeptos e jogadores entra realmente para ganhar estes jogos e o seu espírito combativo sobrepõe-se a qualquer tipo de superioridade que eventualmente o adversário tenha. Bem sei que quando vou a Alvalade para jogos com semelhante grau de dificuldade não vou com expectativas muito elevadas. A realidade e a história fizeram de mim pragmático e realista. A realidade e história do Porto fizeram-nos combativos e vencedores.
3) Também me desloquei devido ao adversário, treinado pelo mais controverso dos treinadores mundiais. Eu apesar de não morrer de amores pela personalidade, tenho de reconhecer que é um profissional brilhante e que consegue incutir graus de motivação únicos nos seus jogadores. Gostava mais de ver o Porto treinado por ele do que o chelsea. Gostei muito do chelsea com a entrada do robben.

Em suma, é com mágoa que não vejo esta realidade no meu clube, que considero também não existir no Benfica. Espero que daqui a uns anos o meu clube possa honrar todos aqueles que no passado o fizeram grande como ele já foi. É nisso que eu acredito, ou pelo menos quero continuar a acreditar.

terça-feira, fevereiro 20, 2007




Uma questão de fé ou de valores?

1. De entre as razões commumente apontadas para o sucesso ou insucesso de uma dada política ou para a sua falta encontram-se, com elevado grau de probabilidade, questões de fé (para alguns, questões de Fé) ou de valores, estes últimos sempre citados a contento e em função das convenientes circunstâncias.

2. Num plano estritamente pessoal, sempre diria que o desinteresse que de há uns anos a esta parte experimento pela política que se faz em Portugal se prende com a falta de uma e de outros. Falta de fé, porquanto se vislumbra - via de regra - o critério oportunista que preside a uma qualquer decisão ou proposta. Falta de valores, porquanto não se detecta pingo de vergonha na forma de fazer política, sombra de critério na selecção de prioridades e, em termos práticos e como alguns longamente proclamaram, porque as ideologias se devem ter por mortas e enterradas "neste cantinho à beira-mar plantado".

3. Escrevo isto a propósito do artigo "A battle for Global Values" que Tony Blair terá feito publicar no mais recente número da Foreign Affairs.

4. Em completa negação do que por todo lado, e desde logo no seu próprio país, se vai dizendo sobre as origens do ódio racial e religioso, Tony Blair procede a um superficial e discursivo arrazoado "histórico" situando a decadência dos povos árabes (aparentemente confundidos com o islamismo) no dealbar do séc. XX. Quem não se secularizou acolheu alguns radicais e, com isso, terá deixado a podridão de alguns pomos alastrar no cesto.
4.1. Segundo Blair os movimentos terroristas de cariz islâmico terão voltado o seu ódio para o Ocidente, nos anos 90, quando se aperceberam que estavam a afastar os moderados quando era tão confortável e eficaz encontrar um inimigo exterior comum.
4.2. Curiosamente, o final da guerra fria (e com isso do apodado financiamento a movimentos terroristas amigos) não merece uma linha no referido discurso.

5. Assim, e com o estilo que lhe é próprio, Blair produz manchetes do género "This is not a clash between civilizations; it is a clash about civilization", inventaria os malvados que aleivosamente pretendem impedir a pacificação (leia-se democratização) de Iraque e Afeganistão. Passa por cima de violações dos direitos humanos como simples e infelizes episódios menores de uma tragédia de dimensão mundial. Mas nada de importante ou realmente valorativo diz.
5.1. Diz o óbvio: a Europa deve seguir os EUA e, com este, definir a sua própria estratégia diplomática e geopolítica de influências. Pouco mais. O moral da história é "The United States wants a low-carbon economy; it is investing heavily in clean economy; it needs China and India to grow substantially. The world is ready for a new start".

6. Parece-me excessivo apostar cegamente num alastramento (para mais, selectivo) da "democracia"a bem do mercado e esquecendo realidades culturais. A democracia não é, sequer, um dado adquirido na Europa.
6.1. Estaremos nós prontos para assentar a nossa estrutura política e diplomática num critério económico que, pretensamente, estará preparado para sobrepujar valores culturais quase milenares? Mais do que isso, estaremos nós preparados? Pessoalmente, tenho as minhas dúvidas.
6.2. Com a devida vénia para o Daily Express, o título (ainda que referente a outras searas) não está mal visto.

domingo, fevereiro 18, 2007

Há coisas que nunca mudam ...

"O Zé quando partia a cabeça, dizia que a culpa era da árvore. Uma vez levou dez pontos, mas continuava a insistir que tinha sido a árvore a ir contra ele."

Paula Sá Fernandes (irmã de José Sá Fernandes), in Sábado 15 de Fevereiro de 2007

terça-feira, fevereiro 13, 2007




Se há desporto que sempre me fascinou desde pequeno foi o ténis. Neste desporto tudo é limpo, ao contrário do futebol. Não falo das camisolas dos jogadores ou dos escarros via nasal que assistimos com frequência em primeiro (e privilegiado) plano na televisão. No ténis ganha sempre o melhor. Não há “apitos dourados”. O jogo só termina quando um dos jogadores vence o número de sets mínimo, não pelo mero decurso do tempo, não há por isso o chamado anti-jogo (jogos de 90 minutos transformados em 30 minutos). O jogador que está a perder pode até terminar o último ponto recuperar e vencer o desafio. A intervenção do árbitro é hoje reduzida ao mínimo, aplicou-se a tecnologia ao desporto e ou a bola é fora ou é dentro, não há aquele argumento do futebol (que se utiliza quando é um lance que beneficia a nossa equipa) “bem, a maioria dos árbitros não segue esse critério” ou “é discutível, houve contacto mas julgo que não o suficiente” ou ainda pior “da posição em que o árbitro estava, aceita-se …”. Por isso, os jogadores são as verdadeiras estrelas, são admirados, são verdadeiros desportistas.

Que bom seria se o futebol aprendesse alguma coisa com o ténis …

quarta-feira, fevereiro 07, 2007













Chegados a 4 dias antes do dia do referendo, julgo que a esmagadora maioria dos votantes no sim e dos votantes no não convergem em dois grandes pontos:

1) O feto não é uma coisa, é merecedor de tutela jurídica;
2) As mulheres não devem ir para a prisão pela prática do aborto.
Não são contraditórios, como há primeira vista podem parecer. Existem muítissimos exemplos de ilícitos (ex: excesso de velocidade, venda de tabaco a menores, condução de um automóvel com menos de 0,6 gramas por litro no sangue ...) que não culminam com a prisão de quem os pratica.
É verdade que a resposta SIM à pergunta do referendo implica a despenalização e a liberalização e a resposta NÃO implica a não liberalização e a continuação da criminalização. Mas também é verdade que se votarmos SIM se implementa de imediato a liberalização (todos conhecemos o projecto de lei que espera a decisão do referendo ...), entra-se num ponto sem retorno, nem tão pouco se vai fazer novo referendo sobre a matéria daqui a 8 anos. Se se votar NÃO temos (tem o Governo - a menos que o Eng. José Sócrates faça uma birrinha, daquelas que já nos vai habituando ...) a possibilidade de, como já foi demonstrado pelos apoiantes do NÃO, estudar e implementar a melhor forma de descriminalizar a prática do aborto.
Este é o ponto de consenso neste debate!

segunda-feira, fevereiro 05, 2007


Foi desta, ou precisas de tornar a ouvir democracia musculada do Sócrates para o perceber?

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Eu já decidi. E V.Exa?


quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Eu já optei, e V.Exa?