Como nota prévia, não morro de amores por este Papa, que representava a ala ultra conservadora que aconselhava o Papa João Paulo II. Devo dizer que não o aprecio, antes de mais por me considerar católico, e entender que como líder espiritual poderá ser prejudicial para uma religião que se encontra em declínio.
Posto isto, devo-vos dizer que também não gostei da campanha orquestrada pela comunicação social contra o que o Papa disse sobre o Islão numa aula de teologia. As suas palavras foram retiradas do contexto e foram-lhe atribuídas expressões que não disse. Maldita comunicação social que apenas gosta de sangue e foge do rigor que a deve nortear.
Eu tive a oportunidade de ler o que o Papa disse. Não li tudo, pois recebi o texto em inglês e não tive paciência para ser sincero. Retiro do texto, no entanto, que o Papa foi pouco prudente, pois já não é um mero Professor e tudo o que diga tem repercussões que não podem ser ignoradas. O Papa foi ainda buscar exemplos de radicalismo a uma outra fé, quando as podia ter ido buscar ao período negro do catolicismo, representado pela inquisição. Se quer maus exemplos de intolerância, violência e de estupidez, os mesmos existem na sua religião.
A visita à Turquia começou ontem. Espero sinceramente que nada de mal aconteça ao Papa. Gostaria neste escrito ainda de louvar as palavras de alguém, que é muito visado pela comunicação social ocidental – o líder do Irão. Pois é, meus amigos, este Senhor veio, no auge dos ataques a freiras e igrejas católicas, defender que o Papa não quis atacar o Islão e pedir para que os ataques acabassem.
Que Alá proteja o Papa.