Já dizia o tio Olavo...O episódio Carrilho, take 4.562, pode ser resumido com alguma simplicidade: (1.) Carrilho perdeu as eleições com naturalidade (não, não foi Carmona que as ganhou), (2.) a derrota deveu-se, sobretudo, a uma certa abordagem (diria eu "arrogância") do candidato que, manifestamente, não granjeou simpatias, (3.) a campanha de Carrilho, tão profissionalmente assessorada como qualquer outra, não se conseguiu sobrepor aos assombrosos assomos de personalidade do candidato, (4.) candidato esse que sempre procurou cobertura mediática da forma que melhor conhece, isto é, ao bom estilo CARAS.
Mandava o bom senso - tirada à boa maneira do tio Olavo - que Carrilho se mantivesse em sossego durante uns tempos, cumprisse as suas obrigações parlamentares e municipais durante idêntico período, para depois ressurgir. Apareceria, apenas, quando a imagem da derrota se tivesse esfumado (um pouco como Cavaco Silva...).
Mas o ego tem destas coisas, e o (ego) de Carrilho não é pequeno.
Resolveu investir contra uma série de moinhos de vento, alguns dos quais assessores de prestigiadas (
go figure!) figuras do PS. Fê-lo (resultou ontem do debate; retiro este post e juízo se se comnprovar o contrário) de forma irresponsável - precisando - a coberto da imunidade parlamentar que o mantem indemne contra eventuais "reclamações" das vítimas das suas acusações.
Esclarecendo, não li o seu livro. Muito menos o tenciono ler.
Mas a minha opinião de Carrilho não vem de hoje, e com mais ou menos legitimidade (nenhuma, segundo o próprio) posso formar opinião a partir dos Doutos entendimentos profusamente expressos na nossa praça. Posso, desde logo, formar o meu juízo a partir da miríade de declarações de Carrilho sobre o assunto. A circunstância de surgir nesta cruzada acompanhado de Emídio Rangel não deixa - porque pouco virginal - de sopesar no meu juízo.
Finalmente, e porque não é a primeira vez que se fala do carácter do próprio, regista-se a tirada (irresponsável no sentido expresso supra, bem se vê) de Carrilho para Ricardo Costa. E já dizia o tio Olavo, ouviu o que não devia.
Para a história ficará a última frase: o "
Você é a face da derrota" que Ricardo Costa dirigiu ao Professor. Tudo isto da parte de alguém com uma reputação académica inatacável, sem "
esqueletos no armário conhecidos", e que terá sido o melhor Ministro da Cultura dos últimos anos... É pena!