A história repete-se?

Sou por natureza e convicção política muito pouco receptivo a determinismos históricos ou a revivalismos mais ou menos saudosistas.

Há, no entanto, notícias a que não resisto. Chamo a Vossa atenção para esta notícia da Newsweek (ver aqui), magistralmente comentada por Damian Thompson no Daily Telegraph (ver aqui): parece que temos novo Sisma a caminho, destarte para os lados do Oriente.

Esta história de proíbir reincarnações por decreto, como a de as condicionar por vontade própria, terminará seguramente mal para todos os envolvidos: para uns, porque a defesa da ideologia também deveria conhecer limites de razoabilidade e decência, para outros, porque se deveriam manter neutrais a questões nacionais.

Desconsiderando o lado sério da notícia, pode dizer-se que é (porque tão triste) uma nota absolutamente hilariante para quem, pregando determinismos históricos (ainda que com nuances ideológicas), ainda não percebeu que a história seguiu o seu próprio rumo.

PS - Note-se que a variação temática que este post pretende induzir não é inocente: à conta de tanta bola estamos a afugentar as Meninas...

A verdadeira derrota no desporto.

Quando acontecem estes casos de morte de futebolistas, confesso que não consigo ficar indiferente e não deixo de ter alguma tristeza apesar de não conhecer o desportista em questão.

A morte em directo do Féher foi dos momentos mais chocantes que já vi na minha vida.

Deixando a parte emotiva, que penso todos partilhamos, deixo algumas reflexões sobre esta questão.

Não consigo entender a existência destes casos numa modalidade de alta competição com exames médicos altamente complexos, realizados em centros de medicina desportiva dotados de meios tecnologicamente avançados.

Sendo eu um leigo, coloco três hipóteses:

- uma doença nunca detectada nos exames médicos previamente realizados;

- negligência dos sucessivos médicos que acompanharam os jogadores;

- ou mais grave, a existência de substâncias dopantes, que de acordo com o que li, podem ter reflexos cardíacos.

Nunca se confirma a existência da terceira hipótese, ainda que a mesma possa ser verdadeira. Penso que assim é: a bem da memória do jogador; a bem do clube e a bem supostamente do desporto.

Espero sinceramente que todos os casos se tratem de meras questões fatídicas, relacionadas somente com a deficiente condição física dos atletas.

Acrescento eu: a bem dos jogadores que faleceram, a bem dos clubes que representavam e a bem de nós que gostamos de desporto limpo e não pretendemos que ninguém, tendo em vista um sucesso desportivo rápido, recorra a meios que são proíbidos.

Ingrato. É muito ingrato perder desta forma. Podemos discutir durante meio dia se Polga teve intenção de atrasar a bola ou simplesmente de cortá-la, mas havia tempo e espaço para evitar uma situação de dúvida e de risco. Não critico o árbitro. Depois deste lance, e tendo o Sporting entrado tão bem na 2ª parte, e tirando o remate (à figura) de Derlei, nada mais fizemos.

"Chicotada no Benfica"

Deu-se ontem no Benfica, algo que no futebol se costuma chamar de "chicotada psicológica", ou seja, despedimento do treinador. Já desde 2002 que tal não sucedia. No entanto, agora acharam os responsáveis da SAD do Benfica, nomeadamente o seu presidente, que a melhor solução para o futuro imediato da equipa de futebol do Benfica era esta.

Pessoalmente, não sei se será. As profundas alterações na equipa para esta época (saíram 3 jogadores importantíssimos a época passada - Simão, Miccoli e Karagounis - e Manuel Fernandes, depois estar já integrado na equipa) e as lesões dos defesas Luisão e Zoro, tornaram a vida do Fernando Santos muito complicada. Também é verdade que é nestes momentos conturbados que é preciso alguém com pulso forte, com voz de comando para motivar os novos jogadores que entram e unir a equipa. Penso que terá sido este o motivo que levou à opção de demitir Fernando Santos. A equipa, mesmo com estas alterações, já devia mostrar outra atitude, outra mecânica, outro entrosamento.

José António Camacho é o sucessor. É, como todos sabemos, um regresso de alguém que, na minha opinião, pôs o Benfica a jogar o melhor futebol dos últimos 10/12 anos. Um treinador com uma personalidade muito forte, que sabe motivar os jogadores e, assim, gerir muito bem o balneário. Como disse atrás, não sei se foi a melhor opção a troca de treinadores, mas há uma nova esperança, uma vez que o substituto é alguém que já conhece os "cantos à casa". Como benfiquista, desejo, claro, a maior sorte ao Camacho.