São loucos estes gauleses?Estava escrito que com Portas nada ficaria igual... E não ficou.
Dois anos volvidos, Portas decide assumir a sua vontade de dirigir o Partido que refundou, destarte às claras. Como é timbre da democracia (e aliás é aparentemente permitido pelos estatutos do partido em apreço):
(i) quem está momentaneamente no poder não prescinde da vantagem que o mesmo lhe concede para a manutenção da liderança e
(ii) convocado o Conselho Nacional para deliberar sobre a marcação de Congresso, era sobre isso que incidiriam os trabalhos (por muito que tantos se esforçassem em sentido diverso).
Formalista? Manobra de secretaria? Não me parece. Foram regras, bem ou mal interpretadas mas polidamente defendidas.
O que se assistiu (ante) ontem (e que ninguém - dos bem informados - hesita em imputar a Paulo Portas e/ou aos respectivos seguidores) é uma vergonha. Uma vergonha para Portas, uma vergonha para Telmo Correia, também para Ribeiro e Castro e acredito que para M. José Nogueira Pinto. Uma vergonha para a multidão de queques que se insultavam mutuamente. Sobretudo, é uma vergonha para a nossa democracia e, muito em particular, para a direita que se quer ordeira, democrata e respeitadora.
Será Portas pessoalmente responsável? Terá Ribeiro e Castro extremado posições e dado causa ao sucedido? Não sei. O que sei é que não vi Portas demarcar-se do sucedido (erro porventura meu). O que sei é que ouvi falar em insultos e agressões dentro da sala. O que sei, é que M. José Nogueira Pinto - pessoa que não admiro por aí além, mas que tenho por séria - se explicou (e bem!) e aventou a hipótese de sair da política.
Tínhamos razão quando aqui escrevemos que, com Portas, nada ficaria igual. Tínhamos razão quando aqui escrevemos que não tínhamos esquecido o que se tinha passado nos últimos dois anos. Lamentavelmente, tínhamos razão... Não me peçam é para estabelecer culpados...
(PS - Retomando a frase da dupla que produziu a saga Asterix: "
Peixe?!? Quem é que falou em peixe?")